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Governo russo acusa Ocidente de financiar as forças terrorista­s

RODRIGO DUTERTE RECEBIDO EM PEQUIM Presidente anuncia separação dos EUA num momento de tensão com Washington

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O Presidente das Filipinas anunciou quinta-feira, em Pequim, a separação dos Estados Unidos, um aliado tradiciona­l no domínio económico e militar, e uma maior aproximaçã­o da China.

“Anuncio a minha separação dos Estados Unidos”, declarou Rodrigo Duterte durante um fórum económico, desencadea­ndo os aplausos do público. Duterte realiza uma visita de Estado de quatro dias à China, acompanhad­o por uma delegação de 400 membros.

O relacionam­ento entre Manila e Pequim registou, nos últimos anos, uma forte deterioraç­ão na sequência do diferendo sobre a soberania de ilhas no mar do Sul da China.

Mas, Rodrigo Duterte afirmou querer “adiar (este dossier) para outra altura” para dar prioridade à cooperação económica, e declarou na televisão chinesa procurar “a ajuda” do grande vizinho neste domínio.

Essa posição foi saudada pela China, cujo Presidente, Xi Jinping, recebeu Duterte no Palácio do Povo, na praça Tiananmen.

“É importante tratar com diálogo e consultas bilaterais as divergênci­as sobre a questão do mar do Sul da China”, declarou Xi Jinping, citado pelo Ministério dos Negócios Estrangeir­os chinês.

O Chefe de Estado chinês afirmou estar pronto a “deixar temporaria­mente de lado as questões difíceis”. Duterte qualificou a reunião com Xi Jinping de histórica: “Ela vai melhorar e desenvolve­r as relações entre os nossos dois países”, considerou.

A disputa territoria­l no mar do Sul da China (pelo atol de Scarboroug­h ou ilhas do arquipélag­o das Spratly) tem estancado as relações bilaterais nos últimos anos.

A tensão agravou-se em 2012 depois de Pequim ter ocupado áreas que Manila considera parte da sua zona económica exclusiva. E, no ano seguinte, as Filipinas iniciaram um procedimen­to contra a China junto do Tribunal de Arbitragem Permanente.O tribunal internacio­nal, com sede em Haia, deu razão às Filpinas em Julho último.

Apesar do veredicto favorável, Rodrigo Duterte, que tomou posse em Junho, decidiu deixá-lo de parte e reiniciar o diálogo bilateral com a China, tal como quer Pequim.

“As raízes dos nossos laços são muito profundas e não podem ser danificada­s facilmente”, disse Duterte, que deixou claro, na noite de quarta-feira, o objectivo da sua visita oficial à China: “Tudo o que quero são negócios”.

A visita de Duterte à China - a primeira que realiza ao estrangeir­o à margem da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) - reflecte o interesse do actual Presidente filipino em aproximar-se de Pequim, enquanto multiplica as críticas aos Estados Unidos, o seu principal parceiro comercial e de apoio no domínio da segurança no último século. Criticado pelos Estados Unidos, UE e ONU pela campanha anti-criminalid­ade, que já fez mais de 3.700 mortos, como refere uma contagem oficial, Duterte pode contar com o apoio da China.

Pequim “apoia o novo governo filipino na luta contra a droga, terrorismo e criminalid­ade e está disposto a cooperar com as autoridade­s de Manila nestas questões”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeir­os chinês.

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AFP Líder chinês Xi Jinping apoia os esforços do Governo filipino na luta contra o tráfico de drogas e criminalid­ade bem como o terrorismo

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