Igrejas apelam à concórdia
Os representantes das igrejas Aliança Evangélica de Angola (AEA), Igreja Independente de Angola e das Plataformas Ecuménicas defenderam quinta-feira a preservação da paz. Os líderes religiosos falavam em Luanda, durante um encontro alargado entre o MPLA e as entidades religiosas em Angola.
O líder da Igreja Independente de Angola, reverendo Luís Nguimbi, defendeu que a paz deve ser preservada e defendida por todos os angolanos e aconselhou os políticos a serem mais cautelosos nos seus discursos. “Temos ouvido, através dos órgãos de comunicação social, discursos provocatórios e que atentam contra a nossa preciosa paz”, denunciou.
Por isso, Luís Nguimbi exortou a população a denunciar todos aqueles que insistirem nos discursos inflamados que desvirtuam o debate e promovem a intolerância política. Apelou ao MPLA no sentido de continuar a implementar políticas que promovam a liberdade de opinião e a igualdade de oportunidades. “Queremos um país livre de intolerância política”, defendeu.
As igrejas vão continuar a sensibilizar os cidadãos a afluírem aos postos de registo eleitoral, para que em 2017 possam votar nas eleições que vão eleger o Presidente da República, o Vice-Presidente e os deputados à Assembleia Nacional. “Queremos que as eleições de 2017 sejam transparentes e que os partidos políticos assumam as suas responsabilidades e quem ganhar deve trabalhar no sentido de aumentar a capacidade de compra dos cidadãos, mais postos de trabalho, escolas e hospitais, entre outros”, disse.
O representante da Aliança Evangélica de Angola (AEA), Francisco António Mossaque, exortou o MPLA a continuar com a sua boa governação e aos partidos da oposição recomendou responsabilidade quando se dirigem ao país. “Encorajamos o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a continuar a busca de soluções para a diversificação da economia, para que Angola seja um bom país para se viver”, disse.
Francisco Mossaque mostrou-se preocupado com o aumento de seitas religiosas que, na sua opinião, ameaçam as conquistas alcançadas no país e propiciam a imigração ilegal, a luta de poder, o mercantilismo religioso, tribalismo, regionalismo e fragmentação de algumas plataformas ecuménicas.
Por outro lado, lamentou aquilo que chama de invasão silenciosa do islamismo no país, que para ele compromete a unidade e a integridade do país e conduz à perda de valores culturais e morais característicos do povo angolano. “Devemos aprender com as lições concretas de outros países onde o islamismo se implantou com força”, alertou.