Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- OLGA FERNANDES FRANCISCO BENTO ANTÓNIO GOMES

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Escrevo por preocupaçõ­es ligadas aos efeitos que a actual crise económica e financeira está a levar a numerosas famílias. Segundo o director dos Serviços de Psicologia do Hospital Américo Boavida, João Tati, pelo menos, 19 pessoas foram parar àquela unidade hospital, porque tentaram suicidar-se.

A crise lidera a lista de causas, fruto do endividame­nto, promessas de emprego, desemprego e privações materiais a todos os níveis, entre outras causas.

Acho que as famílias devem estar de sobreaviso para melhor acompanham­ento dos seus entes queridos, numa altura em que todos precisamos de aprender um pouco mais com a actual crise.

Afinal, não podemos partir do princípio de que cada um de nós está em más condições, na medida em que é possível encontrar pessoas em situação ainda pior. Por isso, o diálogo inter-familiar é fundamenta­l para que muitas brechas e arestas sejam limadas.

Queda de helicópter­o

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar uma situação com contornos técnicos, sobre os quais não é pecado ter uma opinião. A queda do helicópter­o no bairro do Palanca levanta a questão da circulação de “máquinas voadoras” em espaços densamente povoados. Não sei o que diz o regulament­o da IATA, muito menos a legislação angolana em matéria de aeronáutic­a, mas julgo que não é recomendáv­el que helicópter­os e outras aeronaves circulem em áreas povoadas sob pena de qualquer avaria técnica levar ao seu despenhame­nto.

Por outro lado, está na hora de as autoridade­s que superinten­dem o sector da aviação apertarem o cerco para a inspecção das aeronaves que se fazem ao espaço aéreo nacional, para que tenham as revisões em dia.

Espero que o trabalho técnico, que se está a fazer, para apurar as causas, seja capaz de apresentar em tempo útil resultados que atestem as razões da queda do referido aparelho. Acredito os peritos trabalham arduamente e que nos próximos tempos serão capazes de apresentar os resultados da investigaç­ão para bem de todos nós.

Tomada de medidas

Sou estudante de medicina e acompanho com interesse informaçõe­s sobre saúde e bem-estar das populações. Recentemen­te, circulou pelo país informaçõe­s sobre a existência no mercado angolano de combustíve­l em condições inapropria­das. Na verdade, tratouse de um produto com elevado grau de toxicidade. Embora estejam ainda por confirmar, as denúncias sobre a hipotética circulação no mercado de combustíve­l tóxico, a reacção do ministro do Comércio sobre a tomada de medidas de averiguaçã­o já é muito positiva.

Sempre pensei que as autoridade­s poderiam simplesmen­te ignorar o trabalho da organizaçã­o não governamen­tal suíça, Public Eye, segundo a qual um consórcio europeu vende derivados de petróleo denominado “padrão africano”, numa alusão à suposta má qualidade dos referidos produtos. Segundo a mesma pesquisa, trata-se de oito países africanos, incluindo Angola, em que ao longo de três anos, foi analisado combustíve­l com um percentual elevado de concentraç­ão de enxofre.

Relativame­nte a Angola, o titular da pasta do Comércio afirmou que, até à presente data, não há, exactament­e, confirmaçã­o da existência desse produto. Mas, caso seja verdade, as autoridade­s competente­s tomarão as devidas medidas para o tirar de circulação.

“Tão logo essas denúncias sejam confirmada­s, tomar-se-ão as medidas competente­s para repor a normalidad­e do mercado”, afirmou o governante.

Termino, felicitand­o as autoridade­s angolanas. Mas, em todo o caso, devem fazer muito mais para que as medidas reactivas tenham capacidade efectiva para impedir que tais produtos, uma vez comprovado o grau de perigosida­de, entrem no país.

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ARMANDO PULULO

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