Drogas são factor de risco
O abuso do álcool, o consumo de estupefacientes, a violência doméstica, o stress da vida moderna, particularmente no meio urbano, factores genéticos, físicos, sociais e ambientais têm um forte impacto na saúde mental. No caso concreto de Angola, as consequências ainda visíveis de longos anos do conflito armado são um outro factor.
O assunto foi abordado, ontem em Luanda, pelo director nacional de Saúde Pública, Miguel de Oliveira, durante o encerramento de um seminário em alusão ao Dia Mundial da Saúde Mental, assinalado a 10 de Outubro.
Miguel de Oliveira disse que, desde 2013 até ao primeiro semestre deste ano, 43.668 pessoas foram cadastradas em acompanhamento hospitalar e as principais prevalências de transtornos mentais orgânicos foram por malária, esquizofrenia, ideias delirantes, epilepsia e neuróticos secundários a stress e somatomorfos.
“Realizámos 257.625 actividades, incluindo a promoção e prevenção de saúde mental, consultas de psicologia e psiquiatria, sessões de psicoterapia e consultas de defectologia” frisou.
O director nacional de Saúde Pública afirmou que estes dados permitem estabelecer com rigor as prioridades com base nas estratégias de integração de serviços e acções do sector da Saúde.
Miguel de Oilveira acrescentou que a preocupação principal do sector é aumentar a eficiência dos serviços de Saúde Pública, para que este período de contenção não implique reduções na qualidade dos serviços ou no acesso dos utentes.“Os cuidados de saúde primários são factor-chave e devem ser a porta de entrada preferencial do sistema, para responder às aflições de saúde mental evitando, assim, o congestionamento das salas e camas nos hospitais de nível central psiquiátrico de Luanda, Huíla e Huambo”, destacou.
A coordenadora do Programa de Saúde Mental, Massoxi Vigário, disse que o número de casos tende a aumentar, mas isso não significa que os problemas mentais ou os transtornos subiram. Quer dizer que as pessoas estão mais informadas dos serviços e devem recorrer à ajuda de um profissional para encontrarem resposta e orientação.
Os distúrbios podem ser tratadas com medicamentos ou várias formas de psicoterapia. O diagnóstico envolve exame do estado mental confrontado com o seu histórico clínico.