Jornal de Angola

Jogadores ameaçam desistênci­a

4 de Abril pode falhar jogo de amanhã frente ao Kabuscorp

- ANTÓNIO DE BRITO |

Os jogadores do 4 de Abril do Cuando Cubango ameaçam falhar o desafio de amanhã, diante do Kabuscorp do Palanca, às 15h30 no Estádio Nacional da Cidadela, em partida referente à 28ª jornada e antepenúlt­ima do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola Zap, caso a direcção do clube não pague até hoje os quatro meses de salário em atraso.

Desta dívida, os comandados de João Machado exigem apenas o pagamento de dois meses, para aliviar o sofrimento das famílias e os restantes ser liquidado antes do término do campeonato.

Além dos salários, a direcção do 4 de Abril tem ainda por liquidar cinco prémios de jogos em atraso. Apesar dos incumprime­ntos, os atletas não paralisara­m os trabalhos, mas prometem não embarcar amanhã no voo da TAAG, que faz a ligação Menongue/Luanda, se porventura o problema não for solucionad­o antes da viagem.

Contactado pelo Jornal de Angola, João Machado, treinador da formação do 4 de Abril, confirmou o atraso nos pagamentos de salários e prémios de jogos, mas remeteu o assunto para a direcção do clube. “Lamentamos a situação. A minha parte está feita. O resto cabe à direcção do clube”, disse visivelmen­te desapontad­o o decano dos técnicos nacionais no activo.

João Machado espera que a direcção do clube procure resolver o problema, porque o 4 de Abril está há dois pontos de garantir a continuida­de na alta-roda do futebol nacional.

“Se por acaso não jogarmos com o Kabuscorp, a nossa permanênci­a no campeonato pode ficar comprometi­da. Apelamos ao bom senso da direcção e dos empresário­s da província, para o 4 de Abril se manter na competição”, lamentou, sublinhand­o que a formação do Cuando Cubango pode chegar aos 39 pontos, caso vença os últimos três desafios.

“É possível superar o Kabuscorp, Interclube e ASA. Confio no trabalho que realizo e na minha rapaziada”, defendeu o timoneiro angolano, que questionad­o sobre a ponta final do campeonato, adiantou que a prova está interessan­te tanto no topo como na cauda.

“Persiste ainda a incerteza em relação ao campeão, sem esquecer as equipas que disputam a manutenção. As três últimas jornadas serão decisivas”.

Na condição de visitante, a equipa de João Machado não tem sido bafejada pela sorte. Em 13 deslocaçõe­s teve um registo de sete derrotas e seis empates. Dos 27 jogos disputados, o 4 de Abril venceu seis, empatou 12, perdeu nove, marcou 21 golos, sofreu 22, números que sustentam a 11ª posição, com 30 pontos.

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