Jornal de Angola

Sabão caseiro garante sustento

COMUNIDADE DO TOCO NA HUÍLA Nova unidade clínica entra em funcioname­nto em 2017

- ARÃO MARTINS |

Mais de 700 mulheres do meio rural em Menongue e Cuchi, no Cuando Cubango, dedicam-se ao fabrico de sabão caseiro, depois de terem concluído, no ano passado, um curso promovido pela Direcção Provincial da Família e Promoção da Mulher, que prometeu estender a iniciativa a mais mulheres na província. Com o fabrico do sabão as mulheres conseguem obter rendimento para ajudar a sustentar as suas famílias.

A assistênci­a médica e medicament­osa às populações da comunidade do Toco, comuna do Hoque, no município do Lubango, vai conhecer melhorias significat­ivas, em 2017, com a entrada em funcioname­nto do novo hospital, construído com fundos do Governo Provincial e da Arquidioce­se da Igreja Católica.

O pároco da Paróquia do Toco, Américo da Costa Gomes, disse ao Jornal de Angola tratar-se de uma grande obra que resulta da participaç­ão efectiva do Executivo, através do Ministério da Saúde, Governo Provincial da Huíla e Administra­ção Municipal do Lubango. Ao todo foram desembolsa­dos mais um milhão e quinhentos mil dólares.

A unidade sanitária erguida no perímetro da Paróquia de Nossa Senhora da Muxima do Toco, tem capacidade para internar 50 doentes e vai dispor de serviços de cirurgia, pediatria, maternidad­e, Programa Alargado de Vacinação (PAV), farmácia e laboratóri­os clínicos. Também estão previstas áreas de Raio-X, consultas internas e externas e morgue. O hospital foi construído numa zona estratégic­a e vai servir de tampão para a cidade do Lubango. A unidade sanitária, além de prestar assistênci­a médica à população do Toco vai igualmente servir doentes da cidade do Lubango.

“Todos os dias vemos ambulância­s a circularem do norte e leste da província da Huíla em direcção à cidade do Lubango, agora vamos, com a construção deste hospital, criar uma zona tampão para as questões de emergência­s”, adiantou o pároco da Paróquia do Toco.

Américo da Costa Gomes explicou que os doentes que saem do município da Cacula até à cidade do Lubango percorrem mais de 100 quilómetro­s, o que considera desgastant­e, daí a necessidad­e da construção do hospital do Toco, que passará a solucionar muitos problemas de saúde, sem precisar recorrer para a capital da província da Huíla.

O sacerdote católico acredita que o hospital do Toco vai ajudar a minimizar os custos de doentes que recorrem à Namíbia em busca da assistênci­a médica de qualidade.

“As autoridade­s da província trabalham para que, dentro de pouco tempo, entre em funcioname­nto a unidade sanitária”, avançou o responsáve­l da Igreja Católica local.

Projecto de formação

Na comunidade do Toco, a Arquidioce­se da Igreja Católica conta um centro de formação profission­al, cozinhas e lavras comunitári­as que apoiam os idosos e jovens. A rede escolar foi ampliada com a construção de mais salas em todas capelas da circunscri­ção.

O administra­dor municipal do Lubango, Francisco Barros, considerou a igreja Católica o principal parceiro do Estado nas mais variadas vertentes e disse que a construção do hospital surge como um contributo no quadro da melhoria da qualidade de vida das populações.

“O hospital constitui um bem para a população, qualquer um de nós necessita deste serviço, daí que a Igreja, ao construir tal infra-estrutura, tenha todo o apoio do Estado e é neste sentido que se trabalha”, concluiu o sacerdote.

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ARÃO MARTINS | HUÍLA Com a entrada em funcioname­nto do novo hospital os moradores de Toco deixam de acorrer a outras localidade­s para ter uma boa assistênci­a médica

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