Jornal de Angola

Coligação árabe volta a bombardear zonas controlada­s por grupos rebeldes

CESSAR-FOGO FOI VIOLADO NO IÉMEN Riade disse que os locais abrigavam meios de defesa anti-aérea

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A coligação árabe bombardeou posições dos rebeldes no Iémen, acusados de violar uma trégua de 72 horas apadrinhad­a pelas Nações Unidas, informaram ontem fontes ligadas ao Governo da Arábia Saudita.

Os bombardeam­entos atingiram posições dos rebeldes xiitas huthis em Jebel al Nabishuaib, a Sudoeste da capital do Iémen, Sanaa, sob controlo da rebelião.

Testemunha­s afirmaram que os locais atacados abrigavam instalaçõe­s de defesa anti-aérea controlada­s pelas forças fiéis ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh na guerra que devastou o país desde Março de 2015.

A coligação árabe, dirigida pelo Governo de Riade, capital da Arábia Saudita, actua em apoio às forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi. Aviões da coligação também bombardear­am posições rebeldes em Al Jawf, uma província do Norte do país.

A trégua, que entrou em vigor na quarta-feira, apesar de ser precária, devolveu a esperança de uma possível solução política do conflito, que deixou mais de 6.900 mortos, 35.000 feridos e mais de três milhões de deslocados em 18 meses.

O porta-voz da coligação árabe, Ahmed al Asiri, acusou os huthis de terem violado a trégua com disparos de morteiros contra o território saudita. O general Ahmed al Asiri indicou que a força aérea da coligação só realizava voos de vigilância para responder às violações da trégua dos rebeldes.

Segundo ele, foram intercepta­dos dois mísseis lançados na quinta-feira a partir de sectores rebeldes do Iémen para o território da Arábia Saudita, mas a notícia foi desmentida pelos huthis.

O mediador da ONU para o conflito no Iémen, Ismail Ould Sheikh Ahmed, afirmou na semana passada que a nova trégua retomava os termos do acordo de 10 de Abril, que não foi duradouro, e segundo o qual os beligerant­es “têm a obrigação de possibilit­ar acesso humanitári­o livre e sem obstáculos à população”.

O mediador pediu, na altura, a todas as partes iemenitas, aos países da região e à comunidade internacio­nal que promovesse­m o pleno respeito do cessar das hostilidad­es e fizessem o possível para que resulte numa solução técnica permanente e duradoura.

As negociaçõe­s de paz haviam sido suspensas a 6 de Agosto, depois de três meses de negociaçõe­s infrutífer­as no Kuwait, promovidas pelas Nações Unidas. O conflito envolve as forças do Governo, apoiadas desde Março de 2015 por uma aliança de nove países árabes sunitas liderada pela Arábia Saudita, contra os rebeldes huthis aliados às forças leais ao ex-chefe de Estado iemenita, Ali Abdallah Saleh.

Os rebeldes controlam a capital Sanaa e regiões do Norte, Oeste e Centro do país. As forças leais a Abd Rabo Mansur Hadi retomaram zonas do Sul do país, mas encontram dificuldad­es para avançar, apesar da campanha aérea intensa da coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, acusada de ter provocado muitas vítimas civis.

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AFP Forças apoiadas pela coligação árabe acusaram os rebeldes xiitas huthis de violar a trégua

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