Alterações climáticas provocam seca dos rios
Um estudo alerta sobre a seca dos rios nas florestas do Monte Kilimanjaro e a crise de água na maior montanha africana, localizada na Tanzânia.
A pesquisa, com o apoio do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), revela que 13 mil hectares da mata foram destruídos pelas alterações climáticas desde 1976. A falta de árvores para atrair a chuva faz perder água que poderia ser consumida por um milhão de pessoas por ano.
Um dos aspectos que provocou as perdas dos últimos 40 anos são os incêndios. O fogo é frequentemente originado pelas temperaturas altas devido às alterações do clima.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas prevê um aumento de 3,2° C na temperatura média anual da África Oriental até 2080.
Os glaciares da região devem desaparecer dentro de algumas décadas, segundo a pesquisa Desenvolvimento Sustentável das Montanhas da África Oriental num Clima em Mudança. A massa de gelo que foi perdida desde 1990 chega a 80 por cento.
Uma das recomendações do trabalho é o reflorestamento da montanha mais alta do continente africano, para proteger o abastecimento de água que ameaça vastas áreas da região oriental.
As florestas do Kilimanjaro garantem água a cidades vizinhas e de toda a região. A água da montanha alimenta o rio Pangani, um dos maiores da Tanzânia, que ajuda a produzir alimentos, combustível e materiais de construção.
O relatório recomenda à Tanzânia que proteja a bacia hidrográfica, invista em sistemas de alerta precoce e faça da adaptação climática uma prioridade.
A proteção do ecossistema montanhoso é também uma forma de proteger o turismo, que faz render sete mil milhões de dólares à África Oriental. O Kilimanjaro contribui com mais de um terço da receita do turismo tanzanian estudo. O potencial das montanhas da região pode gerar mais de 500 gigawatts de eletricidade.