Capitão José Caldas quer lutar pelo título
O capitão do veleiro Mussulo 40, José Pereira Caldas, disse, ontem, acreditar que a embarcação angolana está em condições de lutar pelo título da sua categoria , quando disputar a maior regata transatlântica do Hemisfério Sul, denominada “Cape to Rio 2017”, com início agendado para Janeiro, ligando África do Sul e Brasil.
A bordo de um “Classe 40, duble hands”, o Team Angola Cable é composto por apenas dois velejadores, ao contrario dos nove que, na edição de 2014, concorreram com o Mussulo III. Tata-se do angolano José Pereira Caldas, de 55 anos, e o brasileiro Leonardo Chicourel, velejador profissional.
Em declarações ao Jornal de Angola, o capitão Caldas disse que a sétima posição alcançada em 2014 foi um resultado para esquecer, e acredita na melhoria da classificação, dada as especificidades no novo veleiro que volta a fazer o percurso do SACS (South Atlantic Cable System), sistema de cabos submarinos de fibra óptica da Angola Cables.
“Vamos participar na regata com um barco de competição, ao contrário do anterior que foi adaptado para tal, o Mussulo II (Bavaria 55 de fabrico alemão). Trata-se de uma embarcação de 40 pés de alta performance, o “Classe 40, duble hands”, baptizada com o nome de Mussulo 40, e tem a particularidade de levar apenas duas pessoas a bordo”, sublinhou.
Doutorado em medicina, o neurologista, de 55 anos, também professor universitário, não esconde a ansiedade de voltar a atravessar o Oceano Atlântico pela oitava vez, uma delas sozinho, embora reconheça tratar-se de uma “aventura que pode ser extremamente perigosa”.
Na última edição, o Team Angola Cables era composto por duas embarcações: o Bille que abandonou a prova, depois de uma tempestade ter causado a morte de um dos seus tripulantes, António Bartolomeu, e o ferimento de outros três, depois que o mastro se partiu a 100 milhas náuticas da Cidade do Cabo, poucas horas depois de ter zarpado.
“O maior desafio é a saída de Cape Town, onde os ventos são muito fortes naquela altura do ano (Janeiro). Em 2014 chegamos a pegar 62 nós de vento, o equivalente a 115 km por hora. Um barco afundou e outros dez abandonaram a regata”, disse o capitão Caldas, que concluiu que a vitória passa por uma boa estatégia, e como saber fazer a leitura do vento no meio do Atlântico e tirar o melhor proveito.