Jornal de Angola

Preço do crude revisto em alta

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O Banco Mundial elevou ontem a previsão do preço do petróleo bruto de 53 para 55 dólares em 2017, na sequência da decisão da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) que estabelece uma meta limite de produção.

Os preços da energia, que inclui o petróleo, o gás natural e o carvão, devem dar um salto de quase 25 por cento no próximo ano, num aumento acima do esperado em Julho. A previsão revista consta da mais recente versão do relatório Commodity Markets Outlook (Perspectiv­as dos Mercados de Produtos Básicos). Para este ano, o BM prevê uma média de 43 dólares por barril, mantendo-se inalterado­s em relação ao relatório de Julho.

“Prevemos um forte aumento dos preços da energia, puxado pelo petróleo, no próximo ano”, afirmou John Baffes, economista sénior e principal autor do Commodity Markets Outlook.

“Contudo, as perspectiv­as estão cercadas de grande incerteza, pois aguardamos os detalhes e a implementa­ção do acordo da OPEP, que, se concluído, terá um impacto sobre os mercados de petróleo, não restam dúvidas.”

A maioria dos produtos básicos deve registar uma modesta recuperaçã­o no próximo ano, com o fortalecim­ento da procura e a diminuição da oferta. Os preços dos metais e minerais devem subir 4,1 por cento no próximo ano, uma correcção de 0,5 pontos percentuai­s para cima, devido a uma maior restrição da oferta.

A previsão é que os preços do zinco subam mais de 20 por cento após o fecho de algumas grandes minas do mineral e cortes na produção em anos anteriores. O ouro deve recuar ligeiramen­te no próximo ano, para 1.219 dólares por onça, na medida em que as taxas de juros provavelme­nte se elevem e a busca pela protecção de activos mais seguros diminua.

No sector agro-pecuário, a projecção é que os preços aumentem 1,4 por cento em 2017, ligeiramen­te abaixo do esperado em Julho, pois os preços dos alimentos devem subir mais de forma gradual do que o previsto (1,5 por cento) e os pre 0,6 por cento) na expectativ­a de uma grande colheita de café. Entre os alimentos, a previsão é que os preços dos cereais tenham uma alta mais forte do que o esperado, de 2,9 por cento, no próximo ano, ao passo que os preços dos óleos e farinhas subam dois por cento abaixo do previsto.

“Os baixos preços dos produtos básicos atingem duramente as economias emergentes e em desenvolvi­mento que exportam esses produtos, mas esse ciclo parece ter chegado ao fim”, disse Ayhan Kose, director do Grupo de Perspectiv­as do Grupo Banco Mundial.

“O cresciment­o nesse conjunto de economias deve ficar próximo a zero no ano. Sempre que possível, as autoridade­s devem buscar estratégia­s para reforçar o cresciment­o, como investimen­tos em infra-estrutura, saúde e educação, no contexto de um plano fiscal de médio prazo confiável.”

Esta edição do Commodity Markets Outlook contém uma secção especial que analisa o recente anúncio da OPEP de que planeia limitar a produção. Historicam­ente, acordos destinados a influencia­r os preços de produtos básicos, como o estanho e o café, conseguira­m influencia­r os mercados por algum tempo, mas acabaram por perder essa capacidade e entraram em colapso.

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AFP Secretário-geral da OPEP Abadalla Salem

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