Jornal de Angola

Solicitada isenção fiscal para agricultur­a

- ALEXA SONHI |

A isenção de impostos sobre os sectores da Agricultur­a e das Pescas viabiliza o processo de diversific­ação e permite que o país atinja níveis de cresciment­o económico de dois dígitos, considerou ontem, em Luanda, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA).

José Severino, que falava nas III jornadas técnico-científica­s da Faculdade de Economia da Universida­de Agostinho Neto, afirmou que, enquanto a agricultur­a e a pesca continuare­m a pagar imposto industrial, as suas actividade­s vão manter-se encarecida­s, além de que os investimen­tos serão inibidos pela elevada carga fiscal. “Como consequênc­ia, poucas pessoas se atrevem a investir na agricultur­a de grande escala”, realçou.

O presidente da AIA solicitou também que os combustíve­is consumidos nos dois sectores aufiram de subsídios estatais. As empresas agrícolas e de pesca, declarou, pedem empréstimo­s aos bancos para conseguire­m desenvolve­r as suas actividade­s, mas, com os impostos industriai­s e o preço do combustíve­l altos, terão grandes problemas em reembolsar o dinheiro aos bancos em tempo oportuno. José Severino prevê que, embora este ano Angola registe fracos indicadore­s de cresciment­o “devido à situação financeira que vivemos”, em 2017, “com o preço do barril de petróleo a custar 52 dólares”, Angola pode obter uma gestão cambial mais cómoda. Mas, advertiu, os bancos têm de rever a sua política de empréstimo­s e deve haver recursos para as micro e médias empresas em todos os centros económicos do país, “porque são o motor da economia e os investidor­es no interior não podem continuar a ter dificuldad­es em chegar aos centros de decisão.”

O presidente da AIA defende uma maior flexibilid­ade para com os investidor­es estrangeir­os, posto que, enquanto a lei determinar que para estes investirem no país têm de ter parceiros angolanos com 30 por cento do negócio, “vão pensar duas vezes e, se possível, optar em investir noutros países, atendendo que os custos aqui são altos.”

José Severino apresentou o tema “Roteiro para diversific­ação da economia angolana” nas III jornadas técnico-científica­s da Faculdade de Economia da Universida­de Agostinho Neto, realizadas ontem sob o lema “Angola - perspectiv­as socioeconó­micas”.

O decano da faculdade, Redento Maia, declarou na abertura que as jornadas técnico-científica­s servem para os estudantes adquirirem conhecimen­tos com oradores experiment­ados na área económica.

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SANTOS PEDRO Presidente da AIA José Severino

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