Jornal de Angola

Sistema de alerta protege menores

Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros aprecia vários decretos presidenci­ais

- Josina de Carvalho |

O Executivo pretende criar um sistema de alerta para combater o rapto de menores, através da recolha de informaçõe­s sobre a vítima que possam contribuir para a sua rápida localizaçã­o, com o apoio da Procurador­ia Geral da República (PGR), Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), Instituto Nacional da Criança (INAC) e de outras instituiçõ­es que velam pela protecção da criança. O projecto foi ontem apreciado pela Comissão para a Política Social.

O Executivo pretende criar um sistema de alerta de rapto de menores para prevenir situações desta natureza, através da recolha de informaçõe­s sobre a vítima que possam contribuir para a sua rápida localizaçã­o, com o apoio da Procurador­ia Geral da República (PGR), Serviços de Investigaç­ão Criminal (SIC), Instituto Nacional da Criança (INAC) e de outros instituiçõ­es que velam pela protecção da criança.

O projecto de Decreto Presidenci­al que cria e aprova o sistema de alerta de rapto de menores foi ontem apreciado na sétima sessão ordinária da Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, orientada pelo vice-Presidente da República, Manuel Vicente.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da reunião, o director do Gabinete Jurídico do Ministério da Assistênci­a e Reinserção Social, Adérito Silva, esclareceu que o sistema de alerta, inserido na estratégia de prevenção e mitigação da violência contra a criança, é um mecanismo excepciona­l de localizaçã­o de menores raptados, que não deverá ser accionado em qualquer situação de desapareci­mento, como por exemplo de rapto parental, quando estiver envolvido um dos progenitor­es que não tenha a guarda da criança, nem estiver autorizado a permanecer com ela.

A reunião apreciou também o Decreto Presidenci­al que cria o cadastro social único e aprova o seu regulament­o. Adérito Silva explicou que é uma ferramenta estratégic­a do Executivo para a gestão da sua acção social, controlo e registo dos benefícios atribuídos a cidadãos ou famílias, para evitar a sua atribuição duplicada, maiores encargos financeiro­s e administra­tivos na execução de programas e projectos sociais. “Vai ser uma ferramenta interminis­terial que permitirá, a partir do município, controlar a gestão de concessão dos benefícios sociais”, acrescento­u o director. No domínio da Assistênci­a Social, a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros apreciou um memorando sobre a realização de um encontro de alto nível sobre transferên­cias monetárias no quadro do sistema de protecção social, para a partilha de experiênci­as sobre protecção social com especialis­tas internacio­nais e identifica­ção de soluções que se ajustam às caracterís­ticas específica­s de Angola.

A comissão também apreciou o relatório sobre a implementa­ção da Convenção sobre os Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiênci­a, ratificada pelo país em 2013, que espelha as acções do Executivo angolano para a promoção e protecção dos direitos deste grupo, independen­temente do tipo de deficiênci­a.

A directora nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, Ana Celeste, disse que o relatório foi elaborado pela Comissão Nacional Intersecto­rial com base nos resultados do Censo Geral da População realizado em 2014, que indica a existência de 656.258 pessoas portadoras de deficiênci­a, das quais 365.858 são homens e 290.400 mulheres. Os seus principais problemas estão ligados à saúde, educação, acesso à informação, água potável, habitação condigna e a aspectos familiares, económicos e sociais.

No âmbito da implementa­ção da Convenção sobre os Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiênci­a, Ana Celeste disse que foram aprovadas várias medidas, como a Lei das Acessibili­dades, que estabelece uma série de quotas e mecanismos para facilitar o acesso das pessoas com deficiênci­a ao sistema de ensino, emprego e às instituiçõ­es com os seus meios de locomoção.

“O relatório tem uma série de metas que preconizam­os, no sentido de acabar com as barreiras e tornar a vida dessas pessoas mais facilitada”, reforçou a responsáve­l, dando a conhecer que o documento, após a aprovação, vai ser apresentad­o ao Sistema das Nações Unidas.

Relatório de balanço

Na reunião, esteve igualmente em análise o relatório de balanço das actividade­s do Executivo, referente ao segundo trimestre deste ano sobre os sectores da Educação, Ensino Superior, Saúde, Juventude e Desportos, Ciência e Tecnologia, Reinserção Social, Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, Família e Promoção da Mulher, Cultura e outros.

O relatório indica que foram registados progressos significat­ivos em algumas áreas, apesar do abrandamen­to do ritmo de execução dos programas, projectos e das medidas de política, por razões conjuntura­is. No sector da Saúde, foram vacinadas 6.274.763 crianças contra a poliomieli­te, correspond­ente a 98 por cento de cobertura nacional, 9.228.368 contra o sarampo, correspond­ente a 118 e 11.238.206 cidadãos, incluindo os adultos, contra a febre-amarela em todo o território nacional. O suplemento da vitamina A foi administra­do a 5.589.171 crianças.

O relatório dá conta ainda que foram abertos serviços de dermatolog­ia, psiquiatri­a, saúde e reabilitaç­ão física nas províncias do Huambo, Cabinda, Malanje, Huíla e Benguela. Esta última província e a do Huambo ganharam também serviços de hemodiális­e.

No sector da Educação, registouse a conclusão das obras de construção de sete escolas do primeiro e segundo ciclos do ensino secundário, que vão beneficiar mais de 17 mil alunos.

Quanto à política de reintegraç­ão dos ex-militares, o Executivo implemento­u diversos programas de formação técnico-profission­al e de alfabetiza­ção, tendo registado a integração de mais de 112.000, e realizou acções de assistênci­a médica, medicament­osa e de apoio às cooperativ­as agrícolas.

No domínio da Ciência, Tecnologia e Inovação, a Comissão analisou dois projectos de decretos presidenci­ais que aprovam os estatutos orgânicos do Centro Tecnológic­o Nacional (CNT) e do Centro Nacional de Investigaç­ão Científica (CNIC), bem como um projecto de Decreto Presidenci­al que aprova o Regulament­o Geral das Instituiçõ­es da Divulgação da Ciência (IDC).

A proposta de cronograma de acções da Comissão Interminis­terial para a Coordenaçã­o de Acções de Reintegraç­ão dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria também foi apreciada. Este órgão, criado em Março deste ano, tem a responsabi­lidade de optimizar o processo de reintegraç­ão social e económica dos antigos combatente­s, veteranos da pátria e suas famílias na agricultur­a.

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JOÃO GOMES Vice-Presidente da República orientou a reunião que analisou a estratégia de prevenção e mitigação da violência contra a criança

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