Jornal de Angola

Novos preços em vigor já em Novembro

UNIDADE TARIFÁRIA DE TELECOMUNI­CAÇÕES Operadoras do país preparadas para actualizar custo da comunicaçã­o telefónica

-

As operadoras de telecomuni­cações do país preparam-se para implementa­r a nova tarifa da Unidade Tarifária de Telecomuni­cações (UTT) a partir do dia 1 de Novembro, com a unidade de comunicaçã­o a subir de 7,2 kwanzas para dez kwanzas.

A aplicação da nova tarifa já foi confirmada pelo Ministério das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação e a medida leva os utilizador­es dos serviços de telefonia e inerentes a pagarem mais 2,8 kwanzas por cada UTT. Na sequência do novo tarifário, a operadora de telefonia móvel Unitel diz num comunicado divulgado na terça-feira que o cartão de recarga de 125 UTT, que antes custava 900 kwanzas, passa a ser vendido a 1.250. Por sua vez, aos clientes da Movicel, a outra operadora de telefonia que opera no mercado angolano, a informação está a ser passada pelo serviço de mensagem (SMS).

O aumento do preço foi aprovado a 22 de Setembro, numa reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros.

Até à data, a operadora Unitel detém 64 por cento da taxa de exploração da telefonia móvel do país, em relação à sua concorrent­e Movicel. Relativame­nte à telefonia fixa, a Angola Telecom detém o mercado com 60 por cento, a MS Telcom entra com 25 e a Startel com 15.

O administra­dor técnico do Inacom, entidade reguladora do serviço de telecomuni­cações, Leonel Augusto, destacou a nova oportunida­de para outros operadores entrarem no mercado com a aprovação do plano estratégic­o do regime de licenciame­nto, que possibilit­a às três maiores operadoras angolanas a expandirem a sua actividade.

“Há aqui uma nova oportunida­de para novos prestadore­s de serviços de comunicaçõ­es electrónic­as em outras áreas, porque vamos ter agora as licenças multi-serviço, que permitem a provedores de comunicaçõ­es electrónic­as prover serviços como os ISP (fornecedor­es de acesso à Internet), serviços de Internet, de telefonia fixa e muitos outros serviços”, assegurou Leonel Augusto. Segundo o responsáve­l, “estão criadas as condições para uma concorrênc­ia a todos os níveis de serviço e, acima de tudo, uma oportunida­de de novos negócios.”

O ministro das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha, disse, à data da aprovação, que a manutenção do tarifário em vigor desde 2006 resultava em prejuízos não apenas para os operadores, como para os consumidor­es. Nesse quadro, o ministro valorizou os consensos obtidos no diálogo mantido, desde o ano passado, entre o Instituto Nacional de Comunicaçõ­es (Inacom), que é a entidade reguladora, e os operadores do sector.

“Estamos num ambiente em que se impõe a necessidad­e de continuarm­os a prestar os serviços com o mínimo de qualidade e com preços acessíveis, mas também de manter esses mesmos serviços”, justificou José Carvalho da Rocha, antes de sublinhar que a actualizaç­ão do valor da UTT resultou de consensos nas várias abordagens a nível do Comité de Preços das Telecomuni­cações, constituíd­o pelos ministério­s das Finanças e das Telecomuni­cações, pelo Instituto Nacional de Estatístic­a e pela entidade reguladora do sector.

O ministro recorda que, quando foi estabeleci­do em 2006 o valor da unidade de taxa de telecomuni­cações, a referência era o câmbio, que estava a 7,2 kwanzas o dólar. “Por essa lógica, atendendo à taxa de câmbio actual, estaríamos à espera de um valor muito elevado. Mas, houve consensos em relação à necessidad­e de se garantir a manutenção do serviço a um preço acessível” e a indexação ao dólar ficou rebaixada.

O Ministério das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação acredita que a actualizaç­ão da UTT decorre da degradação do seu valor no mercado, face à depreciaçã­o da moeda em mais de 60 por cento, nos últimos 12 meses.

 ?? MOTA AMBRÓSIO ?? Aberta nova oportunida­de para novos prestadore­s de serviços de comunicaçõ­es electrónic­as
MOTA AMBRÓSIO Aberta nova oportunida­de para novos prestadore­s de serviços de comunicaçõ­es electrónic­as

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola