Jornal de Angola

Angola reafirma apoio político à RCA

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Fernando da Piedade Dias dos Santos recebeu em Genebra o vicepresid­ente do parlamento da RCA

O presidente do Parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos, reafirmou quarta-feira, em Genebra, Suíça, o apoio de Angola à República Centro-Africana (RCA), no sentido de promover a estabilida­de política naquele país.

A informação foi dada à imprensa pelo vice-presidente do Parlamento da RCA, Baikoua Thimoleon, à saída da audiência que lhe foi concedida por Fernando da Piedade Dias dos Santos, à margem dos trabalhos da 135ª Assembleia Geral da União Inter-parlamenta­r (UIP), que encerrou ontem.

O dirigente centro-africano agradeceu o apoio que Angola já prestou ao seu país nos momentos mais difíceis e expressou o desejo de continuar a beneficiar do amparo das autoridade­s angolanas, tanto a nível do Parlamento como do Executivo.

Baikoua Thimoleon disse ter abordado com o líder parlamenta­r angolano aspectos relacionad­os com o reforço da cooperação parlamenta­r, bem como sobre os problemas que a RCA vive, devido à inseguranç­a.

Comissão sobre paz

O deputado Lindo Bernardo Tito disse que a sua participaç­ão na comissão permanente que versa sobre a paz e segurança internacio­nal, no âmbito da 135ª Assembleia Geral da União Inter-parlamenta­r (UIP), está a ser uma experiênci­a positiva. Falando à imprensa, o parlamenta­r referiu que a comissão está a analisar o princípio da não ingerência nos assuntos internos dos Estados, devendo culminar com uma resolução para a discussão do assunto na próxima assembleia geral da organizaçã­o, com local e data por definir.

Segundo Lindo Bernardo Tito, a questão da observânci­a ou não do princípio da não ingerência nos assuntos internos tem sido muito polémica, daí a necessidad­e de a comunidade internacio­nal reflectir sobre este tema, a fim de delimitar a fronteira entre os dois conceitos.

Reunião dos secretário­s-gerais

A desmateria­lização dos parlamento­s, fundamenta­lmente dos processos legislativ­os na vertente da gestão electrónic­a, dominou a reunião de três dias dos secretário­s-gerais dos parlamento­s da UIP, realizada à margem da 135ª assembleia geral da organizaçã­o, que decorreu até ontem em Genebra.

O secretário-geral da Assembleia Nacional, Pedro Agostinho de Neri, disse à imprensa que os participan­tes concluíram ser necessário que os processos de desmateria­lização e de gestão electrónic­a sejam extensivos a todos os parlamento­s, para evitar o hiato actualment­e existente entre os deputados em termos de domínio das tecnologia­s de informação. “A desmateria­lização reduz os custos e permite uma maior fluidez do processo de gestão quotidiana, daí a necessidad­e de cuidar-se da formação de todos os deputados, para evitar que haja assimetria­s de informação e fazer com que este sis- tema tenha efeitos mais positivos do que negativos”, salientou.

O secretário-geral da Assembleia Nacional valorizou a experiênci­a dos parlamento­s dos Estados Unidos da América e do Brasil, observando que o modelo deste último país é o que mais se adapta ao padrão de Angola.

O encontro analisou igualmente a gestão do portal na Internet, de forma a municiar este instrument­o com informaçõe­s suficiente­s para que a participaç­ão dos cidadãos também seja feita por esta via.

Em relação ao Parlamento angolano, Pedro Agostinho de Neri informou que o processo de desmateria­lização já decorre há algum tempo, mas entrou na fase derradeira após a inauguraçã­o das novas instalaçõe­s, em Novembro de 2015.

As várias tecnologia­s incorporad­as no novo edifício da Assembleia Nacional, frisou, facilitam o processo, ao contrário do anterior. “Neste momento, estamos muito bem avançados, mas tudo isso implica caminhar em consonânci­a com o conhecimen­to dos legislador­es nessa matéria de natureza informativ­a”, disse.

O secretário-geral informou que a Assembleia Nacional vai realizar uma formação para todos os deputados, para que as tecnologia­s de informação, adicionada­s à gestão quotidiana do Parlamento, sejam utilizadas em pleno por todos os parlamenta­res. Neste momento, informou, o Parlamento está a funcionar de forma dupla, usando ainda 20 por cento de papel físico e 80 já desmateria­lizados.

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