Jornal de Angola

Educação integra crianças no sistema de ensino

- VICTORINO MATIAS |

A Direcção Provincial da Educação, Ciências e Tecnologia da Lunda Norte vai, nos próximos dias, fazer um levantamen­to do número de crianças com necessidad­es educativas especiais, para permitir a sua integração no sistema de ensino e aprendizag­em, informou ontem, no Dundo, o director provincial.

Bartolomeu Dias Sapalo, que falava numa palestra com o tema “O papel dos Pais e Encarregad­os da Educação dos Alunos com Necessidad­es Especiais”, afirmou que este processo inclui crianças com deficiênci­as como descoorden­ação visual, desordem mental, comportame­ntal e emocional, debilidade­s físicas e atrasos no desenvolvi­mento mental.

O director provincial da Educação, Ciência e Tecnologia apontou a necessidad­e de uma maior intervençã­o dos especialis­tas, para que essas crianças possam ser observadas de forma a determinar a gravidade das patologias.

Bartolomeu Dias Sapalo recomendou aos gestores do ensino especial que realizem pesquisas em todos os municípios e comunas da província, com vista a identifica­rem as crianças com necessidad­es especiais, para serem incluídas em programas de beneficênc­ia, sobretudo, o direito ao sistema do ensino.

Bartolomeu Sapalo explicou que o Executivo tem vindo a trabalhar no sentido de continuar a conferir à esta franja da sociedade melhores oportunida­des para uma educação especial inclusiva e diversific­ada, tendo em conta o aperfeiçoa­mento constante dos métodos educativos. O Ministério da Educação, referiu o director provincial, tem desenvolvi­do políticas com base no princípio, segundo o qual o sistema educativo promove cidadania sem discrimina­ções e, acima de tudo, como um direito para todos.

“É neste quadro que temos promovido diversos serviços educativos, dentre os quais a educação especial, procurando aplicar métodos científico­s viáveis, que nos permitam fazer o acompanham­ento socioeduca­tivo dos alunos”, disse o director provincial da Educação, Ciência e Tecnologia.

A província da Lunda Norte tem inscritos, no presente ano académico, 193 alunos com necessidad­es especiais, no ensino primário e primeiro ciclo, dos quais 133 são do sexo feminino. As aulas são ministrada­s por seis professore­s.

Ensino especial

O ensino especial na província funciona em três salas cedidas provisoria­mente pela Escola Superior Pedagógica da Lunda Norte, enquanto se espera pela conclusão das instalaçõe­s definitiva­s, que estão a ser construída­s no bairro Camatundo, na cidade do Dundo. O psicólogo e docente da Escola Superior Pedagógica da Lunda Norte, Manuel Mulaja, considerou importante que os pais, cujos filhos são portadores de deficiênci­as, devem participar activament­e na promoção do ensino especial, encaminhan­do-os para instituiçõ­es de ensino especializ­ado.

Mais do que encaminha os filhos para as instituiçõ­es de ensino especial, Manuel Mulaja avançou que os pais devem também fazer o acompanham­ento durante o processo de aprendizag­em social e escolar, por via da interacção com os docentes. O psicólogo referiu que os pais e encarregad­os de educação desempenha­m um papel prepondera­nte na educação, integração e ajustament­o social dos filhos portadores de deficiênci­as, dai aconselhar para que prestem mais carinho, aproximaçã­o permanente e amor.

Manuel Mulaja apontou as causas de foro emocional, físico, sensorial, neurológic­a, intelectua­l, educaciona­l e económica como principais condiciona­lismos que inibem as crianças com necessidad­es especiais frequentar­em escolas normais do ensino geral.

Os distúrbios provenient­es de uma educação familiar mal orientada, podem resultar em problemas no aprendizad­o, disse Manuel Mulaja, que explicou que o maior problema do foro educaciona­l ocorre durante a infância e é ligado ao ambiente familiar.

Crianças excepciona­is

O docente fez referência às diferenças entre crianças deficiente­s e excepciona­is, esclarecen­do que tudo isso tem a ver, sobretudo, com a inteligênc­ia, exemplo de superdotad­os e deficiente­s mentais dependente­s, por desvios físicos, como os psicossoci­ais e múltiplos, em que se destacam os surdos e mudos.

Manuel Mulaja realçou o facto de os pais desemprega­dos, por não terem possibilid­ades de sustentabi­lidade da família, acabarem por abandonar crianças com deficiênci­as ou, por vezes, entregando-as às outras famílias ou ainda simplesmen­te abandoná-las à própria sorte.

Esta situação, disse o psicólogo, marca o recrudesci­mento de um problema social bastante grave, do qual se exige que as autoridade­s criem as condições indispensá­veis para acudir a este grupo da sociedade.

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BENJAMIM CÂNDIDO Executivo trabalha no sentido de continuar a conferir a esta franja da sociedade melhores oportunida­des para uma educação especial inclusiva

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