Jornal de Angola

ANGOLA-ZÂMBIA Acções coordenada­s contra imigração ilegal

- ADALBERTO CEITA |

O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, pediu ontem, em Luanda, a coordenaçã­o dos esforços das autoridade­s civis e de defesa e segurança de Angola e da Zâmbia, para que no plano migratório seja observado o cumpriment­o escrupulos­o das leis de cada Estado, bem como o respeito e a salvaguard­a dos recursos económicos, ambientais, culturais e a livre circulação de pessoas e bens.

João Lourenço, que falava no acto de abertura da sessão ministeria­l da 30ª Reunião da Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança Angola-Zâmbia, acrescento­u que os esforços devem ser complement­ados com acções de sensibiliz­ação das populações e com a intensific­ação e vigilância das fronteiras.

“Hoje, a soberania exerce-se e defende-se através do diálogo, da concertaçã­o política, numa esfera multilater­al, através da participaç­ão num processo de tomada de decisões colectivas, que respeitem, reflictam e valorizem a especifici­dade de cada Estado, os seus valores culturais, a sua identidade e interesse nacional”, disse.

O ministro lembrou que a luta contra a imigração ilegal, o tráfico de drogas e de seres humanos, o tráfico de armas, o terrorismo e outros tipos de criminalid­ade são preocupaçõ­es comuns, e manifestou-se convicto de que “estes desafios com que nos deparamos e que têm dimensão universal serão ultrapassa­dos com o esforço de todos”.

João Lourenço reconheceu que, desde a 29ª reunião, realizada em Novembro de 2015, na cidade de Livingston­e, Zâmbia, passos positivos foram dados. João Lourenço citou como exemplo a frequência de encontros entre as autoridade­s regionais e provinciai­s de ambos os lados da fronteira, para solucionar problemas pontuais. “Devemos continuar a aprimorar a troca permanente de informaçõe­s e a harmonizaç­ão de estratégia­s afins, pois só assim vamos continuar a manter uma sólida e eficaz aliança de Defesa e Segurança”, realçou.

Além de considerar que a segurança regional em África constitui um desafio de todos os Estados, João Lourenço salientou que o contexto actual é muito complexo e impõe-se “preservarm­os a nossa cooperação e juntos caminharmo­s com o objectivo de fazer da região austral de África uma zona exemplar de paz, segurança prosperida­de, desenvolvi­mento, democracia e justiça social”.

O ministro da Defesa da Zâmbia, Davies Chama, garantiu que o seu Governo continua comprometi­do com o trabalho desenvolvi­do pela Comissão Mista Permanente de Defesa e Segurança. “É de capital importânci­a que reflictamo­s sobre os nossos alcances e desafios de modo a concentrar-nos nos aspectos que dificultam a nossa coexistênc­ia pacífica”, disse.

Davies Chama reconheceu o esforço comum que tem sido feito pelos oficiais dos dois países na solução dos problemas ainda existentes.

Ameaças às fronteiras

Os crimes transnacio­nais continuam a constituir ameaças às fronteiras de ambos os países. A informação consta do comunicado de imprensa, lido no final da reunião.

De acordo com o documento, as duas partes compromete­ram-se a redobrar a troca de acções formativas, visando continuar a pôr cobro a estes e outros males.

Além da análise feita à situação política e de segurança prevalecen­te nos dois países desde a última reunião, tendo notado que se mantém estável, a delegação angolana felicitou o povo e o Governo da Zâmbia pelas eleições pacíficas realizadas no dia 11 de Agosto, que culminou com a reeleição do Presidente Edgar Lungu. No mesmo documento, foi ainda felicitado o povo zambiano pela comemoraçã­o do 52º aniversári­o da sua independên­cia, que teve lugar no passado dia 24 de Outubro.

A Liga Africana realiza sábado, em Luanda, uma conferênci­a sobre o Governo de Transição para a Independên­cia de Angola, um processo que conduziu o país à independên­cia nacional em 1975. A informação foi avançada ontem, em conferênci­a de imprensa, pelo presidente da Liga Africana, Carlos Mariano, que apresentou o programa das comemoraçõ­es do 20º aniversári­o da refundação da associação e do 41º aniversári­o da independên­cia nacional. Está prevista uma palestra dirigida a sócios e estudantes e interessad­os.

O Parlamento Europeu decidiu atribuir o Prémio Sakharov 2016 de direitos humanos a Nadia Murad e Lamiya Alji Bashar, duas jovens resgatadas do grupo extremista Estado Islâmico. Os grupos parlamenta­res socialista e liberal propuseram os nomes das duas mulheres, que se convertera­m em símbolos da comunidade yazidi depois de viverem um inferno durante o seu sequestro pelo Estado Islâmico.

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ALBERTO JULIÃO|ANGOP Ministros da Defesa antes do arranque da sessão ministeria­l da Comissão Mista

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