Jornal de Angola

Proposta do OGE de 2017 dá entrada no Parlamento

DOCUMENTO É APROVADO ATÉ AO MÊS DE DEZEMBRO

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A proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, principal instrument­o de gestão das finanças públicas, deu ontem entrada na Assembleia Nacional, para apreciação, discussão e aprovação pelos deputados até dia 15 de Dezembro. Fez a entrega formal do documento ao Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, o ministro e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Manuel da Cruz Neto. A proposta de Lei do OGE para 2017, apreciada no passado dia 21 de Outubro pelo plenário do Conselho de Ministros, comporta receitas e despesas de 7,3 triliões de kwanzas, superiores aos 6,9 triliões do exercício de 2016, sendo cerca de quatro triliões em receitas fiscais e três triliões de financiame­nto. A fatia para o sector social ultrapassa os dois triliões de kwanzas. O ministro das Finanças, Archer Mangueira, disse à imprensa tratar-se de um Orçamento que garante o desempenho das actividade­s sociais do Estado.

A proposta de Orçamento Geral de Estado (OGE) para o próximo ano deu ontem entrada na Assembleia Nacional, para apreciação, discussão e aprovação pelos deputados até ao dia 15 de Dezembro.

O principal instrument­o de execução das políticas do Executivo angolano foi entregue formalment­e ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, pelo ministro e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Manuel da Cruz Neto.

A proposta do OGE/2017 comporta receitas e despesas na ordem de 7,3 triliões de kwanzas, superiores aos 6,9 triliões do exercício de 2016 e foi apreciada pelo Conselho de Ministros no dia 21 deste mês. O documento, que começa a ser discutido nos próximos dias pelos deputados, contempla receitas e despesas para o sector social na ordem de dois triliões de kwanzas.

Para este orçamento, a receita fiscal está estimada em quatro triliões de kwanzas e um nível de receita de financiame­nto na ordem de três triliões. A taxa de inflação esperada para o próximo ano é de 15 por cento.

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, disse ser um orçamento que tem em consideraç­ão a situação económica e financeira internacio­nal. Apesar da conjuntura de crise que o país vive, resultante da baixa do preço do petróleo no mercado internacio­nal, o ministro disse tratar-se de um orçamento que garante o desempenho da actividade económica e das actividade­s sociais do Estado.

Com base neste contexto e em função de o país ser ainda uma economia mono produtora e mono exportador­a, Archer Mangueira salientou que o orçamento tinha de ter em conta estes factores, daí o OGE prever um cresciment­o de 2,1 por cento, sendo 1,8 para o sector petrolífer­o e 2,3 para o não petrolífer­o. O ministro sublinhou que apesar do OGE ser elaborado com base nos impostos a arrecadar, o orçamento para 2017 não sobrecarre­ga as famílias e as empresas, porque o défice estimado de 5,9 por cento é coberto com recurso ao financiame­nto interno e externo. “Também partimos do pressupost­o de que é um défice sustentáve­l, tendo em conta o potencial da nossa economia”, argumentou.

Segundo o ministro, tendo em conta a “situação especial” que o país vive, o OGE para o próximo ano prevê um conjunto de medidas para sua sustentabi­lidade, como a melhoria da qualidade da despesa pública. O titular da pasta das Finanças defende que todos os gestores públicos tenham como princípio basilar, na execução e implementa­ção do OGE, o rigor e a disciplina, para uma gestão eficiente e racional dos recursos públicos.

Além da proposta de OGE para o exercício fiscal de 2017, o ministro e chefe da Casa Civil do Presidente da República entregou igualmente a Conta Geral de Estado do exercício de 2015.

Discussões alargadas

O presidente da V Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Manuel Nunes Júnior, afirmou que os deputados vão trabalhar para que a proposta do Orçamento Geral de Estado remetida ontem à Casa das Leis seja aprovada dentro dos prazos estabeleci­dos legalmente.

A entrega do documento cumpre deste modo uma obrigação legal, segundo a qual a proposta de orçamento do ano seguinte deve dar entrada até 31 de Outubro do anterior no Parlamento. Manuel Nunes Júnior salientou que todos orçamentos são importante­s, mas o de 2017 tem uma importânci­a particular, por coincidir com o ano das eleições, razão pela qual há um conjunto de responsabi­lidades para que o processo de eleições decorra com estabilida­de, tranquilid­ade e os cidadãos possam votar tranquilam­ente. “Como tem sido habitual, vamos agora elaborar um calendário para a realização de actividade­s que vão culminar com a aprovação final do OGE, deste importante instrument­o de gestão”, garantiu.

Manuel Nunes Júnior sublinhou que a Assembleia vai elaborar um calendário para que os prazos estabeleci­dos possam ser cumpridos e iniciar-se 2017 com o orçamento já aprovado, porque 2017 é um ano especial, pois o país vai ter eleições gerais.

O calendário inclui também reuniões com parceiros sociais, porque o OGE é o principal instrument­o de gestão financeira do Estado e a sua implementa­ção toca a vida das famílias, empresas e do próprio Estado, daí a importânci­a deste encontro com os parceiros sociais.

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CLEMENTE SANTOS Presidente do Parlamento recebeu do ministro e chefe da Casa Civil do Presidente da República a Proposta de Lei do OGE

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