Michelle dá ajuda a Clinton
SOLIDARIEDADE
Michelle Obama, de 52 anos , fez nesta quinta-feira a sua primeira aparição ao lado da “amiga” Hillary Clinton, de 69, na campanha pela Casa Branca, dando o seu peso como primeira-dama à candidata democrata, na esperança de atrair o voto das mulheres.
“Ela está pronta para ser comandante-em-chefe desde o primeiro dia, e sim, acontece ela ser uma mulher”, disse Michelle, num comício para 11 mil pessoas, o segundo maior acto da campanha de Hillary.
As duas primeiras-damas - a actual e a ex – abraçaram-se calorosamente no palco do comício em Winston-Salem, na Carolina do Norte. Mais popular do que o seu marido, a primeira-dama foi uma pouco frequente - mas contundente - força na campanha eleitoral de 2016, com discursos poderosos contra o candidato republicano, Donald Trump, e a favor de Hillary Clinton.
Segundo ela, a ex-secretária de Estado tem “mais experiência do que qualquer candidato, mais do que Barack, mais do que Bill”.
A primeira-dama disse que os americanos enfrentam duas opções: um candidato “que nos pede que nos voltemos uns contra os outros, construamos muros e tenhamos medo”, uma referência ao republicano Donald Trump, e Hillary Clinton, a “força unificadora”.
De acordo com a ex-secretária, “está em jogo todo o progresso obtido” pelo presidente Barack Obama e a sua “incrível primeira-dama”. O encontro entre ambas era quase impensável há oito anos: as primárias democratas de 2008, entre Obama e Hillary, ficaram amargas e tensas.
Participação é chave
Mas as cicatrizes fecharam-se e as duas mulheres, ambas nativas de Chicago, viram ser servido em bandeja de prata, por Donald Trump, um tema em comum: a defesa das mulheres, no âmbito das declarações misóginas e degradantes do republicano divulgadas num vídeo de 2005. “Sim, Hillary Clinton é minha amiga”, ressaltou Michelle, que se tornou, nas últimas semanas, uma dura voz contra o candidato republicano, Donald Trump, e a favor da democrata.
A advogada não hesitou em atacar a retórica estridente do magnata e o que chamou de “intolerável” conduta sexual em relação às mulheres. Michelle Obama tornou-se uma “nossa arma não tão secreta”, reconheceu recentemente Brian Fallon, porta-voz de Hillary.
A menos de 12 dias das eleições presidenciais, Hillary busca capitalizar a fama de uma das figuras mais populares da política americana.A ex-secretária de Estado está na frente nas pesquisas, com uma vantagem de 5,4 por cento em relação a Trump, segundo a última média das pesquisas do RealClearPolitics.
Em 2012, a Carolina do Norte votou no republicano Mitt Romney, mas escolheu os democratas na actual campanha. Hillary aparece com dois pontos de vantagem nas pesquisas, mas depende de uma forte presença da população negra nas urnas.
“A participação é o que fará a diferença”, insistiu Michelle, convocando os eleitores a “arregaçar as mangas” e lotar os centros de votação para derrotar Trump.
Trump insiste na vitória
O empresário, de 70 anos, insistiu nesta quinta-feira que ganhará as eleições, num discurso proferido no primeiro de três comícios em outro e Estado-chave: Ohio.
“Em 12 dias vamos ganhar Ohio e vamos ganhar a Casa Branca”, afirmou, ressaltando que os americanos “já tiveram o suficiente dos Clinton”. “Vamos para Washington e vamos drenar o pântano”, acrescentou.
Trump também anunciou que a sua mulher, Melania, usualmente longe dos holofotes, voltará ao foco com dois, ou três discursos em apoio ao magnata. O empresário gabou-se de uma nova pesquisa que o situa dois pontos acima - embora dentro da margem de erro - na Flórida, outro Estado que pode decidir o destino da eleição. A pesquisa da Bloomberg de quarta-feira situou Trump com 45 por cento, contra 43por cento para Hillary, entre os possíveis eleitores na Flórida, uma margem muito apertada para um Estado que o milionário não pode perder. Segundo a média do RealClearPolitics, Hillary segue na frente por 1,6 por cento. Mas a pesquisa da Bloomberg documentou uma leve vantagem de Trump entre os eleitores independentes, que podem ter a chave da vitória na Flórida.