Jogadores exigem salários para defrontar os militares
O Atlético Sport Aviação (ASA) pode falhar hoje o desafio com o 1º de Agosto, depois de os jogadores se recusarem a treinar ontem, devido a incumprimentos contratuais das empresas patrocinadoras.
Os jogadores da formação aviadora clamam pelo pagamento de três salários em atraso, para retomarem os treinos. Caso as reivindicações não sejam satisfeitas, a equipa arrisca-se a perder por falta de comparência no jogo de hoje com os rubro-negros.
Em declarações ao Jornal de Angola, Elias José, presidente de direcção da formação aviadora, lamentou o comportamento dos jogadores, mas considera que estão no seu direito de reclamar. “Penso que não devia ser desta forma. Fomos apanhados de surpresa. Tínhamos de sentar para encontrarmos uma saída airosa. Eles estão no direito de exigirem os seus salários.”
O presidente do ASA disse ainda que o atraso no pagamento dos ordenados não é da responsabilidade da direcção do clube, mas sim das empresas que patrocinam a colectividade. “Dependemos dos patrocinadores. Por isso, os jogadores estão a viver esta situação”, esclareceu o dirigente desportivo.
Para saldar a dívida com os jogadores, a direcção do ASA necessita de 36 milhões de kwanzas, como refere Elias José.
“Este é o valor contabilizado, só para pagar os três meses de salários em atraso. Deste montante, o Porto de Luanda comprometeuse a disponibilizar seis milhões, que considero uma gota de água no oceano. Uns vão beneficiar e outros não. Apelamos ao bom senso dos patrocinadores, porque a equipa arrisca-se a perder o jogo por falta de comparência.”
Depois de ter sido confirmado na presidência do ASA, Elias José prometeu à comunicação social liquidar com o seu próprio dinheiro os salários em atraso do futebol. “Paguei apenas um salário. O outro será pago assim que disponibilizarem as verbas”, frisou para acrescentar: “é uma situação recorrente no ASA. As outras direcções já passaram por este problema. Irei repensar se vale a pena continuar ou não na direcção do clube.”
Apesar da greve, Elias José acredita que a equipa vai comparecer no Estádio Nacional 11 de Novembro, para defrontar o 1º de Agosto. “Uma falta de comparência nas últimas jornadas implica a desqualificação da prova e os jogadores e equipa técnica sabem disso”, disse preocupado com a situação.