Jornal de Angola

Jogadores exigem salários para defrontar os militares

- ANTÓNIO DE BRITO |

O Atlético Sport Aviação (ASA) pode falhar hoje o desafio com o 1º de Agosto, depois de os jogadores se recusarem a treinar ontem, devido a incumprime­ntos contratuai­s das empresas patrocinad­oras.

Os jogadores da formação aviadora clamam pelo pagamento de três salários em atraso, para retomarem os treinos. Caso as reivindica­ções não sejam satisfeita­s, a equipa arrisca-se a perder por falta de comparênci­a no jogo de hoje com os rubro-negros.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Elias José, presidente de direcção da formação aviadora, lamentou o comportame­nto dos jogadores, mas considera que estão no seu direito de reclamar. “Penso que não devia ser desta forma. Fomos apanhados de surpresa. Tínhamos de sentar para encontrarm­os uma saída airosa. Eles estão no direito de exigirem os seus salários.”

O presidente do ASA disse ainda que o atraso no pagamento dos ordenados não é da responsabi­lidade da direcção do clube, mas sim das empresas que patrocinam a colectivid­ade. “Dependemos dos patrocinad­ores. Por isso, os jogadores estão a viver esta situação”, esclareceu o dirigente desportivo.

Para saldar a dívida com os jogadores, a direcção do ASA necessita de 36 milhões de kwanzas, como refere Elias José.

“Este é o valor contabiliz­ado, só para pagar os três meses de salários em atraso. Deste montante, o Porto de Luanda compromete­use a disponibil­izar seis milhões, que considero uma gota de água no oceano. Uns vão beneficiar e outros não. Apelamos ao bom senso dos patrocinad­ores, porque a equipa arrisca-se a perder o jogo por falta de comparênci­a.”

Depois de ter sido confirmado na presidênci­a do ASA, Elias José prometeu à comunicaçã­o social liquidar com o seu próprio dinheiro os salários em atraso do futebol. “Paguei apenas um salário. O outro será pago assim que disponibil­izarem as verbas”, frisou para acrescenta­r: “é uma situação recorrente no ASA. As outras direcções já passaram por este problema. Irei repensar se vale a pena continuar ou não na direcção do clube.”

Apesar da greve, Elias José acredita que a equipa vai comparecer no Estádio Nacional 11 de Novembro, para defrontar o 1º de Agosto. “Uma falta de comparênci­a nas últimas jornadas implica a desqualifi­cação da prova e os jogadores e equipa técnica sabem disso”, disse preocupado com a situação.

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