CARTAS DO LEITOR
Transição na RDC
A criação de um governo de transição na República Democrática do Congo permite pôr fim a um clima de contestação reinante neste país e constitui hoje a agenda daquele país e obviamente de toda a região.
Na abertura da 7ª Reunião de Alto Nível do Mecanismo de Supervisão Regional do Acordo para a Paz, Segurança e Cooperação da RDC e na Região dos Grandes Lagos que decorreu na capital angolana, o Presidente José Eduardo dos Santos defendeu o diálogo e concertação como ferramentas. No fundo, o Chefe de Estado angolano, por sinal também presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), estava a lançar um repto aos actores políticos congoleses. Estes vão precisar de mostrar a sua maturidade política e apostar no entendimento e assumpção das suas responsabilidades nesta fase de transição. Embora os dois mandatos do Presidente Kabila tenham terminado, ficou claro para todo o mundo a inexistência de condições para a realização do pleito eleitoral. Um período de transição constitui o mal menor, já plenamente entendido pelo grosso de actores políticos que estiveram presentes desde o início do chamado Diálogo Nacional.
O Presidente da República considerou que a preservação da paz e estabilidade são condições imprescindíveis para o normal funcionamento de um país e suas instituições, proporcionando a participação activa e consensual para todos os actores políticos.
Dificuldades na morte
Na hora da morte, quando as famílias podiam descansadamente resolver todos os passos para consumar o enterro, muitas vêem-se a braços com custos.
Os custos que culminam com sepultamento de um cadáver acentuam-se sobretudo quando envolvem transladação de uma província para outra ou, para piorar o quadro, do estrangeiro para o país. Há os postos de controlo policial, pelos passam com o morto camuflado ou como se estivesse a dormir. E há ainda quem opte por um esquema com o pessoal da morgue para retirar o cadáver de forma ilegal.
Perder um familiar fora de Angola, além da dor da perda, implica gastar muito dinheiro e ainda aguentar a burocracia na emissão de documentos necessários para que o cadáver seja transferido. Há quem chegue a levar mais de 15 dias para terminar o processo e assim transladar o corpo. São várias histórias, algumas que tendem a aumentar a dor familiar e complicar todo o esforço para aliviar as dores das famílias.
Estabilidade política
Há dias, o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, assegurou que Angola é um país politicamente estável, situação que lhe permite consolidar a paz, a reconciliação nacional e a democracia.
O governante, que foi citado pela comunicação social do país, fez referências aos ganhos trazidos pela paz, conquistada há 14 anos. De facto, como angolano e africano, numa altura em que rareiam no continente países que se podem gabar de estabilidade, constitui um orgulho muito grande ser angolano. E o orgulho é ainda maior quando me apercebo que o país é sede de numerosas iniciativas em nome da paz e estabilidade em África.
É igualmente digno de menção o facto do país participar activamente na formação das forças de defesa e segurança de vários países, facto que coloca o nosso país numa posição de vantagem. Acho que o ministro faz bem quando defende a necessidade de Angola continuar a investir no apetrecho das suas forças armadas.
Angola continua a prestar uma atenção particular à Defesa e Segurança, potenciando cada vez mais as suas Forças Armadas, com o propósito de garantir um ambiente de paz, segurança e estabilidade propícios ao desenvolvimento socioeconómico do país.
Espero que continuemos nesta senda, através da qual asseguramos a estabilidade interna e regional. E como diversas vezes tem sido defendido por várias sensibilidades do país, urge promovermos uma sociedade mais tolerante, mais solidária, mais fraterna e próspera.