Presidente admite convocar novo referendo
O Presidente da Colômbia admitiu, ontem, convocar outro referendo, porque um novo acordo com os rebeldes das FARC “não pode ser descartado” e reconheceu que não contava com a derrota na consulta popular de 2 de Outubro.
“É uma das alternativas que eu tenho à minha disposição”, disse Juan Manuel Santos numa entrevista à agência EFE, em Bogotá, quando questionado se pensava realizar um novo plebiscito. O Presidente colombiano acrescentou que o país está “a desenvolver um novo acordo” e quando estiver pronto tem “várias opções” para o apoiar.
“O próprio Tribunal Constitucional descobriu que podia, sem permissão do Congresso convocar um novo plebiscito”, disse, acrescentando que os que votaram “não”, imposto na consulta anterior, “não querem”, porque sabem que o terramoto político causado pela rejeição do acordo de paz mudou as coisas”, sublinhou. Juan Manuel Santos disse, porém, que, como Chefe de Estado, deve “escolher o caminho que menos divida o país na hora de referendar um novo acordo, porque o país deve, antes, unir-se, procurar a paz e a união.”
O Presidente colombiano disse também que um novo acordo de paz entre o Governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) deve ficar concluído antes do final de Novembro.
“Nós reiniciámos um processo que deve terminar em breve, nas próximas semanas e não meses, para implementar a paz o mais rápido possível”, disse o presidente, referindo-se ao apoio que recebeu da comunidade internacional, especialmente daqueles que participam na XXV cimeira Ibero-americana, que decorre em Cartagena das Índias, Colômbia.
Quando questionado se no próximo dia 10 de Dezembro, quando receber em Oslo o Prémio Nobel da Paz, vai anunciar ao mundo o novo acordo, o Presidente recusou avançar datas, mas disse que “pode ser mais cedo.”
“Espero que este novo acordo, pelo menos, esteja em cima da mesa até essa data, pois implementá-lo vai exigir um pouco mais de tempo, mais o texto e um novo acordo. O objectivo é que estejam prontos antes do final de Novembro”, referiu.
O Presidente colombiano disse também que acredita na rápida libertação do ex-congressista Odín Sanchez, refém do Exercito de Libertação Nacional.
Após o diálogo com as FARC, se espera um novo ambiente negocial entre as autoridades e os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), cujos contactos estão condicionados pela situação em que se encontra Odín Sanchez.
Juan Manuel Santos, que espera que Odín Sanchez, raptado no princípio do ano, seja libertado “são e salvo”, suspendeu na quinta-feira a deslocação a Quito, Equador, da equipa de negociadores colombianos que tinha como missão preparar os primeiros encontros com os guerrilheiros do ELN.
Uma comissão da Assembleia Geral da ONU votou, na quintafeira, pelo lançamento de negociações para um tratado destinado a banir as armas nucleares, apesar da forte oposição das potências nucleares mundiais.
Uma resolução apresentada pela Austrália, Irlanda, México, Nigéria, África do Sul e Brasil foi adoptada com 123 votos, contra 38 e 16 abstenções, depois de semanas de 'lobbying' das potências nucleares por votos “não.” A iniciativa prevê negociações, a partir de Março, sobre o novo tratado, sob uma grande preocupação face às consequências de uma “catástrofe humanitária provocada por qualquer utilização de armas nucleares.”
Quatro das cinco potências nucleares do Conselho de Segurança Inglaterra, França, Rússia e Estados Unidos - votaram contra a resolução, enquanto a China se absteve, bem como a Índia e o Paquistão. O Japão, que tem grandes campanhas contra o uso de armas nucleares, votou contra a medida, tal como a Coreia do Sul, que enfrenta a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Os opositores argumentam que o desarmamento nuclear deve ser alcançado em negociações no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT).
Beatrice Fihn, directora executiva da Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares, descreveu o voto como um “momento histórico” na longa caminhada de décadas por um mundo livre de arsenais nucleares. “Este tratado não vai eliminar as armas nucleares de uma vez. Mas vai estabelecer um poderoso novo padrão legal internacional, estigmatizando as armas nucleares e compelindo as nações a actuarem urgentemente no desarmamento”, disse.