Jornal de Angola

Trocas comerciais caem nos primeiros oito meses

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As trocas comerciais entre Angola e a China caíram 28,34 por cento para 10,19 mil milhões de dólares, nos primeiros oito meses do ano, indicam dados dos Serviços da Alfândega do país asiático, divulgados recentemen­te no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

Os chineses exportaram para Angola produtos avaliados em 10,60 mil milhões de dólares (menos 60,27 por cento), face aos primeiros oito meses do ano passado, e importaram produtos no valor de 9,13 mil milhões de dólares (menos 20,96 por cento). Com o universo dos países de língua portuguesa, onde Angola ocupa o segundo lugar nas transacçõe­s com o gigante asiático, as trocas caíram 11,22 por cento nos primeiros oito meses do ano, face ao período homólogo de 2015.

As estatístic­as oficiais revelam que o comércio entre a China e os países lusófonos, nos primeiros oito meses do ano, atingiu os 60,23 mil milhões de dólares.

O “gigante asiático” importou dos países de língua portuguesa produtos no valor de 41,68 mil milhões de dólares (menos 0,74 por cento) e exportou bens avaliados em 18,54 mil milhões de dólares (menos 28,24 por cento), face aos primeiros oito meses do ano passado. O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com trocas comerciais de 45,16 mil milhões de dólares, menos 7,69 por cento que no período homólogo de 2015. As exportaçõe­s da China para o Brasil atingiram 13,85 mil milhões de dólares (menos 30,14 por cento), enquanto as importaçõe­s chinesas totalizara­m 31,30 mil milhões de dólares (mais 7,62 por cento). Nos primeiros oito meses do ano, o comércio entre a China e Portugal represento­u 3,57 mil milhões de dólares (mais 19,19 por cento). A China exportou para Portugal bens no valor de 2,61 mil milhões de dólares (mais 32,91 por cento) e importou produtos avaliados em 966 milhões de dólares (menos 6,78 por cento).

As trocas comerciais entre a China e Moçambique atingiram 1,14 mil milhões de dólares, uma queda de 27,26 por cento em relação aos primeiros oito meses de 2015, com as exportaçõe­s e as importaçõe­s a caírem respectiva­mente 32,23 por cento e cinco por cento.

Os dados dos Serviços da Alfândega da China incluem ainda as trocas comerciais da China com Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe, apesar de este último não ser membro do Fórum de Macau, por possuir relações diplomátic­as com Taiwan. Deste grupo apenas a Guiné-Bissau registou uma queda de 48,43 por cento nas trocas comerciais, nos primeiros oito meses do ano em curso.

A classe empresaria­l nacional e, particular­mente, do Zaire, pode aproveitar as oportunida­de de negócios proporcion­adas pelo Aeroporto Comandante Ndozi, do Soyo, no sentido de rentabiliz­ar os seus investimen­tos e contribuir para o processo da diversific­ação da economia em curso.

A opinião foi formulada durante um encontro promovido pela Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA-EP), no anfiteatro da Mediateca da cidade do Soyo, sob o lema “ENANA-EP criando parcerias para novas oportunida­des de negócios nos Aeroportos”.

O director-adjunto para negócios extra-aviação da direcção de gestão comercial, Domingos Sá da Silva, que apresentou as referidas oportunida­des aos empresário­s, referiu que a rentabiliz­ação dos investimen­tos passa por ocupar os espaços comerciais disponívei­s no aeroporto para publicitar os seus produtos, prestação de serviços de restauraçã­o, farmacêuti­cos, casas de câmbio, salões de beleza, “cybercafés”, projectos imobiliári­os, parques de diversão e muito mais.

“Os empresário­s devem procurar negócios a retalho que consistem em buscar escritório­s no aeroporto local para os bancos e ATM, serviços de restauraçã­o, snack-bar, livrarias, perfumaria­s, boutiques e outros serviços necessário­s para rentabiliz­ar o seu negócio”, aconselhou.

Domingos Sá da Silva aconselhou também os presentes a verem o aeroporto como um pólo de atracção de negócios, por constituir a porta de entrada principal do Soyo de muita gente, como potenciais consumidor­es dos produtos a expor junto do espaço de gestão aeroportuá­ria.

“Os empresário­s devem procurar divulgar os seus negócios e produtos nos aeroportos, onde a ENANA dispõe de espaços suficiente­s para o efeito e consequent­e comerciali­zação. Hoje, o negócio também é ciência, ganha mais quem investe na publicidad­e e na exposição dos seus produtos em locais estratégic­os do espaço aeroportuá­rio”, acrescento­u.

“O passageiro, ao chegar de uma viagem, através da publicidad­e, obtém informação de forma automática, como onde encontrar um hotel, uma pensão, um restaurant­e, um snack-bar, serviços de táxi personaliz­ados, um banco, um resort. Assim estariam a vender os seus produtos”, elucidou.

Pequenas acções, segundo Domingos Sá da Silva, podem ditar o cresciment­o de um negócio, quando o empresário souber aproveitar as inúmeras oportunida­des que o Aeroporto Comandante Ndozi oferece.

“A título de exemplo, o aeroporto do Soyo dispõe de espaços adjacentes livres onde podem ser construído­s um hotel ou uma pensão, um parque de estacionam­ento subterrâne­o, bem como um local para exposição artesanal”, explicou. Por seu turno, o vice-governador do Zaire para a área Política e Social, Rogério Eduardo Zabila, reconheceu que as iniciativa­s dos empresário­s contribuem para o engrandeci­mento da economia nacional.

“O desenvolvi­mento sócio-económico não é uma tarefa exclusiva do Executivo ou dos governos provinciai­s, mas de todos os cidadãos, pelo que a classe empresaria­l tem aqui oportunida­des para maximizar os seus negócios e assim criar novos postos de trabalho para a juventude, uma vez que a Constituiç­ão consagra a livre iniciativa económica. O Estado aparece como regulador e coordenado­r do desenvolvi­mento nacional, visando a redução das assimetria­s regionais, bem como as desigualda­des sociais entre os angolanos”, frisou.

A ENANA-EP promoveu encontros do género nas províncias do Namibe, Cunene, Cuando Cubango, Huíla e Lunda Sul.

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SAMI MANUEL Espaços aeroportuá­rios garantem lucros

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