Exército preparado para tomar Mossul
Uma coluna de tropas iraquianas retomou ontem a marcha em direcção a Mossul, última das grandes cidades sob domínio do Estado Islâmico, tendo como ponto de partida o rio Tigre.
Uma coluna de tropas iraquianas retomou, ontem, a marcha em direcção a Mossul, última das grandes cidades sob domínio do Estado Islâmico, tendo como ponto de partida a margem leste do rio Tigre, que corta a cidade ao meio.
Autoridades militares interromperam a marcha na última semana após conseguirem um avanço significativo mais rápido do que outras forças envolvidas na operação, para permitir que as mesmas se desdobrassem por pontos estratégicos.
As Forças Armadas do Iraque e combatentes curdos peshmerga iniciaram a ofensiva contra o Estado Islâmico em 17 de Outubro, com apoio aéreo e em solo da coligação internacional, liderada pelos EUA. Milícias xiitas iraquianas pró-Irão juntaram-se ao confronto no sábado, para cortar a rota entre Mossul e Raqqa, principal reduto do Estado Islâmico na Síria.
Controlo de Kirkuk
O Exército russo informou que os jihadistas assumiram o controlo de vários bairros de Kirkuk, situada a 140 quilómetros de Mossul, e continuam a ofensiva contra a cidade, que tem cerca de 700 mil habitantes.
O Kremlin disse que a operação militar do Governo do Iraque contra o Estado Islâmico em Mossul está ligada à campanha eleitoral nos Estados Unidos e carece de medidas de combate mais operacionais. A Rússia reconhece o esforço do primeiroministro iraquiano, Haider al Abadi, para estabilizar o país, mas lamenta que as possibilidades são muitos fracas, por falta de uma estratégia mais abrangente.
No monte Zardak, combatentes curdos com peças de artilharia realizavam uma série de lançamentos de obuses contra posições inimigas.
De acordo com o comando geral curdo, o avanço das suas forças foi coordenado com as forças iraquianas, que avançam pelo lado sul de Mossul. A coligação internacional liderada pelos Estados Unidos fornece cobertura aérea e apoio terrestre com conselheiros e forças especiais.
A Turquia, que tem uma longa fronteira com o Iraque ao norte, ofereceu apoio para a conquista de Mossul, apesar da tensão registada entre os dois países nas últimas semanas.
Como preparação da ofensiva, a Força Aérea iraquiana lançou milhares de panfletos em Mossul para anunciar as operações e dar instruções de segurança aos moradores.
O governo iraquiano ficou sem responder, até agora, as questões levantadas pela imprensa regional sobre como vão ser mantidos os interesses étnicos após a libertação da cidade, e como vão ser acomodados os grupos rebeldes que lutam neste momento contra o Estado Islâmico, numa altura em que as frentes estão muito distanciadas na articulação de meios e concertação do desdobramento de efectivos .