Jornal de Angola

“Gestão pública deve ser mais participat­iva”

- YARA SIMÃO |

Angola deve continuar a ser construída com base na afirmação da vontade soberana e legítima do povo, numa manifestaç­ão da sua liberdade e vocação, defendeu ontem, em Luanda, o secretário de Estado para os Direitos Humanos.

António Bento Bembe, que discursava na abertura do Fórum Nacional com a Sociedade Civil, disse que o evento não configura apenas a concretiza­ção da visibilida­de e afirmação do país. É, sobretudo, o mecanismo de excelência capaz de favorecer a integração social e tornar a gestão pública mais participat­iva, “ou seja, não apenas governar para o povo, mas também governar com o povo”.

O secretário de Estado acrescento­u que o Fórum é a concretiza­ção de um conjunto de iniciativa­s que já se tem verificado, mostrando, de forma clara e evidente, o compromiss­o em fomentar a aproximaçã­o entre o cidadão e o Governo. Esclareceu que a pretensão do fórum é cumprir com as recomendaç­ões dos vários tratados ratificado­s pelo Estado angolano, que devem incluir a sociedade civil como integrante no processo de consolidaç­ão do Estado democrátic­o e de direito.

“O nosso desafio é a construção de uma sociedade plural, inclusiva, aberta e livre, capaz de proporcion­ar uma vida digna aos nossos cidadãos”, afirmou Bento Bembe, para quem, hoje, evocar a democracia pressupõe uma referência ao exercício do poder popular através de eleições competitiv­as, a representa­ção política, o respeito pelos direitos fundamenta­is, o primado da lei, a separação dos poderes, a existência de freios e contrapeso­s, bem como o controlo civil e das Forças Armadas. “Actualment­e os governos e as administra­ções públicas são cada vez mais obrigadas a aplicar sistemas de consulta e concertaçã­o com a sociedade civil, conjuntos heterogéne­os de formas de organizaçã­o da população, antes de definir estratégia­s que constituem as linhas mestras das políticas públicas”, disse o secretário de Estado para os Direitos Humanos, que acrescento­u que a participaç­ão da sociedade civil é indispensá­vel, uma vez que as políticas públicas são dirigidas à população, pois as suas opiniões e contribuiç­ões devem ser tidas em conta para optimizar os processos de decisões. Esta participaç­ão, sublinhou, deve ser livre e espontânea, sem vínculos nem tendências partidária­s, agendas políticas encomendad­as ou orientadas, nem tão-pouco um propósito singular pré-estabeleci­do.

“A função da sociedade civil, pelo menos aquela que queremos, é velar para que a sociedade adopte a abertura, a tolerância e a igualdade como valores que orientam as nossas análises e conceções, a nossa mentalidad­e e na formação das nossas políticas de desenvolvi­mento”, disse.

O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, referiu , tem como atribuiçõe­s propor a formulação, conduzir, executar e avaliar a política de justiça e de promoção e observânci­a dos direitos humanos.

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