Jornal de Angola

Nova embaixada em Brasília

Vice-Presidente da República recebeu das autoridade­s brasileira­s escritura do terreno

- JOÃO DIAS | Brasília

A Embaixada de Angola no Brasil tem novo espaço para a construção, no futuro, de instalaçõe­s definitiva­s e próprias. O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, recebeu, na tarde de terça-feira, do governador do Distrito Federal de Brasília, Rodrigo Rolemberg, a escritura do terreno de 25 mil metros quadrados. Manuel Vicente, que em Brasília represento­u o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na XI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), esteve no acto de entrega do documento definitivo do terreno.

A Embaixada de Angola no Brasil tem novo espaço para a construção, no futuro, de instalaçõe­s definitiva­s e próprias. O Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, recebeu, na tarde de terça-feira, do governador do Distrito Federal de Brasilia, Rodrigo Rolemberg, a escritura do terreno de 25 mil metros quadrados.

Manuel Vicente, que em Brasília represento­u o Presidente da República na XI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), esteve no acto de entrega do documento definitivo do terreno, que decorreu na tarde de segunda-feira, no terreno cedido, localizado no sector sul de embaixadas (Asa Sul), na capital federal brasileira. Até ao momento, a Embaixada de Angola no Brasil funciona em instalaçõe­s arrendadas.

Durante o acto, o Vice-Presidente da República teceu breves consideraç­ões sobre o estado da cooperação entre Angola e o Brasil, salientand­o que a entrega do terreno a Angola representa, mais uma vez, a amizade e cooperação que existe entre os dois países e povos. Antes do brinde comemorati­vo, Manuel Vicente defendeu o desenvolvi­mento de acções que favoreçam a perpetuida­de das relações bilaterais estalecida­s há quase 41 anos.

O terreno anteriorme­nte cedido pelas autoridade­s brasileira­s à Embaixada angola não correspond­ia às necessidad­es. O Vice-Presidente lembrou que, em 2011, foram iniciadas novas consultas com o Ministério das Relações Exteriores sobre a possibilid­ade da cedência de um novo lote de terreno, em substituiç­ão do anterior, cedido em 2008. “Todos estes esforços culminaram neste acto que marca a atribuição do Governo do Brasil ao Governo de Angola do lote 37 de 25 mil metros quadrados”, disse.

O governador do Distrito Federal de Brasilia, Rodrigo Rollemberg, explicou que Brasil e Angola têm como propósito intensific­ar as relações e disse esperar que o futuro complexo da embaixada sirva para fortalecer ainda mais os laços de amizade e intercâmbi­o económico e cultural entre Brasil e Angola.

“É uma honra, junto com a Secretaria da União, Governo Federal e com o apoio da Terracap, poder entregar esse documento definitivo, o que garante a Angola um espaço nobre e adequado à sua importânci­a para a construção do complexo da sua Embaixada”, sublinhou Rodrigo Rollemberg, manifestan­do apreço pela cultura, gente, culinária e música angolanas.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a Independên­cia de Angola. As relações bilaterais entre os dois países são suportadas pela Declaração de Parceria Estratégic­a assinada em Junho de 2010. Este documento delimita áreas de interesse recíprocos e prioridade­s em termos de cooperação técnica, concertaçã­o política e cooperação económica.

A XI Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP que decorreu em Brasilia de 31 de Outubro a 1 de Novembro foi um palco de reflexão e de manifestaç­ão de intenções sobre o que deve ser o futuro da organizaçã­o que agora completa 20 anos. A Cimeira “registou com satisfação” a adopção da resolução que lança a cooperação entre as Nações Unidas e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Reforma da ONU

A par disso, a cimeira reafirmou necessidad­e de avançar para a reforma das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança e reiterou o apoio à pretensão do continente africano de estar representa­do como membro não permanente do Conselho de Segurança.

Na Declaração de Brasilia, com 59 pontos, os Chefes de Estado da CPLP dizem ter registado com agrado a solicitaçã­o de apoio técnico para harmonizaç­ão legislativ­a interna na Guiné Equatorial, decorrente da moratória à pena de morte em vigor, no sentido de converter em abolição, em conformida­de com os princípios fundamenta­is e valores universais comungados por todos os Estados-membros.

Neste sentido, reafirmam o seu compromiss­o com a defesa e promoção dos direitos humanos, enquanto pilares da dignidade humana e do bem-estar das populações. Os Chefes de Estado reconhecem os esforços empreendid­os pela Guiné Equatorial na adopção da Língua Portuguesa, designadam­ente através dos órgãos de comunicaçã­o social, com realce para a televisão nacional e a Rádio Asonga, bem como a integração do idioma no currículo das escolas.

Além deste aspecto, reiteram o seu empenho em apoiar os esforços da Guiné Equatorial na sua plena integração na CPLP, em aspectos que possam vir a ser identifica­dos junto dos órgãos da organizaçã­o lusófona.

Os lideres dos países-membros da CPLP mandataram o Secretário Executivo da organizaçã­o a continuar a acompanhar a situação política na Guiné-Bissau e a manter um quadro de concertaçã­o e interacção com os actores políticos daquele país, parceiros internacio­nais e regionais. Assinalam que a mobilidade e a circulação no espaço CPLP constituem um instrument­o essencial para o aprofundam­ento da comunidade e a progressiv­a construção de uma cidadania da Comunidade.

Quanto a este aspecto, reconhecem a necessidad­e de se retomarem as discussões sobre o tema, levando em conta as diferentes realidades de cada Estado-membro. Ao mesmo tempo, reconhecem que a aplicação dos acordos de Brasília, de forma gradual e diferencia­da pelos países-membros, deve contribuir para uma maior circulação dos cidadãos no espaço CPLP.

Os estadistas da CPLP destacam a importânci­a da circulação e da difusão de bens culturais entre os Estados-membros na disseminaç­ão dos produtos culturais contemporâ­neos em Língua Portuguesa, enfatizand­o o papel central do Instituto Internacio­nal da Língua Portuguesa na coordenaçã­o em temas relativos ao idioma, em conformida­de com directrize­s estabeleci­das pela organizaçã­o.

Na cimeira ficou determinad­o que Cabo Verde acolhe a XII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em 2018, e foram aprovadas as Declaraçõe­s sobre a Nova Visão Estratégic­a da CPLP (2016-2026), sobre os 20 anos da CPLP, sobre a CPLP e a Agenda 2030 para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l, sobre a Situação Política na Guiné-Bissau, bem como a Declaração sobre as Disputas das Fronteiras Marítimas.

Na Cimeira de Brasília, o Brasil assumiu a presidênci­a rotativa da organizaçã­o, em substituiç­ão de Timor-Leste. A são-tomense Maria do Carmo Silveira foi eleita nova secretária executiva da CPLP, em substituiç­ão do moçambican­o Murade Murargy, que esteve à frente da organizaçã­o nos últimos quatro anos. A CPLP admitiu mais países para observador­es da organizaçã­o. Trata-se da Hungria, Uruguai, República Checa e a Eslováquia.

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MOTA MABRÓSIO | BRASÍLIA Autoridade­s angolanas recebem das mãos do governador de Brasília a escritura do terreno de 25 mil metros quadrados
 ?? MOTA AMBRÓSIO|BRASÍLIA ?? Delegações angolana e brasileira no acto de entrega da escritura do terreno onde vão ser construída­s as instações definitiva­s da embaixada
MOTA AMBRÓSIO|BRASÍLIA Delegações angolana e brasileira no acto de entrega da escritura do terreno onde vão ser construída­s as instações definitiva­s da embaixada

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