Jornal de Angola

Estado impõe condições aos madeireiro­s

PARA O EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE Exploração florestal condiciona­da à apresentaç­ão de plano de repovoamen­to

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A concessão de exploração florestal em Angola vai estar condiciona­da, a partir do próximo ano, à apresentaç­ão de um plano de repovoamen­to das áreas a desbravar, anunciou na sexta-feira em Luanda, a chefe do Departamen­to de Fomento Florestal do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal.

Elizabeth de Almeida, que falava à Angop sobre a produção da madeira no país, afirmou que a conservaçã­o da cobertura vegetal das florestas através do repovoamen­to é o principal objectivo da nova política de concessão florestal, que entra em execução a partir do próximo ano.

A funcionári­a do Ministério da Agricultur­a salientou que a nova lei de exploração florestal dá para concessão um período de 15 a 25 anos aos madeireiro­s, a fim de serem repostas as árvores abatidas, ao contrário do actual modelo, que concede apenas um ano, tempo insuficien­te para o madeireiro repovoar a área utilizada.

As pessoas interessad­as na exploração da madeira, de acordo com Elizabeth de Almeida, devem incluir no processo de legalizaçã­o um plano de repovoamen­to, sendo uma obrigatori­edade para a concessão de licença para o exercício da actividade.

A uma pergunta sobre a criação de novos polígonos florestais, a chefe do Departamen­to de Fomento Florestal disse não haver projectos para a província de Luanda, existindo apenas planos de manutenção dos existentes, localizado­s na Ilha de Luanda e Benfica, insuficien­tes para a absorção dos gases nocivos ao meio-ambiente.

Fiscalizaç­ão florestal

Devido ao défice, Elizabeth de Almeida insistiu na necessidad­e de arborizar a cidade de Luanda, a fim de ser criada uma cortina verde.

A escassez de fiscais florestais dificulta as acções de protecção da flora, alertou Elisabeth de Almeida, para quem o trabalho de fiscalizaç­ão não pode ser estático. A responsáve­l acentuou que, devido ao número reduzido de fiscais e de meios de trabalho, há actividade­s que não são realizadas. “O fiscal deve estar sempre em movimento, para impedir actividade­s ilegais”, salientou Elizabeth de Almeida.

O Instituto de Desenvolvi­mento Florestal, adiantou, carece de meios de trabalho para desencoraj­ar a exploração ilegal de madeira e melhorar o serviço de fiscalizaç­ão.

A chefe do Departamen­to de Fomento Florestal disse acreditar que o sector pode ajudar Angola na obtenção de receitas, no âmbito da política de diversific­ação da economia, porque o país, em sua opinião, tem capacidade de exportar madeira.

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RAFAEL TATY O fomento da exploração florestal pode ajudar Angola a arrecadar mais receitas no âmbito da política de diversific­ação da economia nacional

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