OMS lança guia contra “superbactérias”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou na sexta-feira um novo guia global para combater infecções cirúrgicas e as chamadas “superbactérias”, que resistem à acção de antibióticos. A agência especializada da ONU refere, no novo guia, que as infecções nas salas de cirurgia são causadas por bactérias que entram no organismo do paciente durante a operação, ameaçam a vida de milhões de pessoas anualmente e contribuem para o aumento da resistência a remédios.
A OMS fez 29 recomendações que devem ser seguidas pelos hospitais e pessoal médico, 13 para o período pré-cirurgia e as outras 16 para prevenir infecções durante e pós operação. Entre as sugestões, a organização diz que os pacientes devem sempre tomar um banho antes da cirurgia, mas no caso dos homens, não devem ser barbeados para evitar cortes no rosto. Além disso, os antibióticos só devem ser usados para prevenir infecções antes e durante a operação, e não depois do procedimento cirúrgico.
A OMS disse que, nos países de médio e baixo rendimentos, 11 por cento dos pacientes que sofrem qualquer tipo de cirurgia acabam infectados nesse processo.
Em África, por exemplo, até 20 por cento das mulheres que fizeram cesariana contraíram uma infecção, comprometendo a sua própria saúde e a condição de cuidar do bebé. A agência especializada das Nações Unidas afirmou que as infecções cirúrgicas representam um problema não só para os países mais pobres. Nos Estados Unidos, elas são responsáveis por manterem os pacientes mais dias internados a um custo de 900 milhões de dólares por ano.
A directora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny, afirmou que “ninguém deveria ficar doente enquanto busca ou recebe tratamento”. Segundo ela, “evitar infecções durante cirurgias nunca foi tão importante”. Paule Kieny disse que esse é um assunto complexo e que exige uma série de medidas preventivas.