Soldado francês morre vítima de mina
Rebeldes exibem vídeo com civis executados sob acusação de traição
Um militar francês morreu ao tentar desactivar uma mina na madrugada de ontem no Norte do Mali, onde vários grupos extremistas desenvolvem actividades de sabotagem e assaltos a instituições públicas e civis.
O soldado estava integrado na operação internacional liderada pela França, no âmbito de um acordo de paz assinado em 2015.
O grupo extremista Ansar Dine, liderado pelo maliano Iyad Ag Ghaly e vinculado à Al-Qaeda, reivindicou o ataque nas redes sociais e assegurou que foi protagonizado a cerca de 60 quilómetros da cidade de Kidal, no norte do país.
Segundo um comunicado do Ministério de Defesa francês, dois veículos pertencentes a uma caravana logística da força de intervenção Barkhane sofreram um ataque quando circulavam a Nordeste de Kidal, no cumprimento de uma operação de rotina.
A explosão de uma mina causou a morte de um oficial e ferimentos ligeiros em um soldado.
Al Qaeda
A organização terrorista Al Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) divulgou um vídeo da execução de dois malianos acusados de colaborar com as forças francesas no Mali.
O vídeo mostra a execução pública de dois homens, apresentados com os nomes de Mohamed Ould Beih e El Hussein, num local não identificado. O primeiro era acusado de ter recebido dinheiro para recrutar informadores e o segundo de ter denunciado depósitos de armas dos extremistas a militares franceses e ao grupo de efectivos integrados na força de manutenção da paz das Nações Unidas.
Um dos executados, que atende pelo nome de Mohamed Ould Beih, também era acusado de colaborar com as autoridades mauritanas e dar-lhes informação sobre os combatentes extremistas na Líbia.
Ambos foram executados a tiro diante de um grupo numeroso de nómadas. O vídeo foi divulgado com um comentário no qual a população local é ameaçada de ter o mesmo destino dos dois homens se tentar prestar informações sobre os extremistas. Os grupos extremistas tomaram o controlo do Norte do Mali em 2012, mas foram expulsos em grande parte após a intervenção militar francesa em 2013, embora regiões inteiras continuem a escapar do alcance das forças malianas e da missão das Nações Unidas (Minusma). O vídeo foi retransmitido no mesmo dia em que um militar francês foi vítima da explosão de uma mina no Norte do Mali.