Jornal de Angola

Caça aos votos até ao último dia

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Os americanos votam amanhã na 58.ª eleição presidenci­al para a escolha do Presidente e Vice-Presidente dos EUA. É quase senso comum que esta é a campanha americana menos convencion­al dos últimos anos, e termina de forma ainda mais inusitada: disputa voto a voto entre os dois candidatos. Se há pouco mais de uma semana a candidata democrata era dada como virtual vencedora, hoje, 24 horas antes do “Dia D”, as coisas parecem menos claras quanto ao nome do sucessor de Obama.

Num comício feito recentemen­te, Hillary Clinton desafiou os eleitores a imaginarem o “desastre” que é ter Donald Trump sentado na Sala Oval, o “mais influente centro das decisões do mundo”. Claro que apesar de admitir essa possibilid­ade, a provocação da candidata democrata aos eleitores nada tinha a ver com algo que desejasse efectivame­nte, pelo contrário, foi mais um ataque directo ao opositor, desqualifi­cando-o e, mais, realçando a sua inaptidão para o cargo.

Os americanos votam amanhã na 58.ª eleição presidenci­al para a escolha do Presidente e Vice-Presidente dos Estados Unidos. É quase senso comum que esta é a campanha americana menos convencion­al dos últimos anos, e termina de forma ainda mais inusitada: disputa voto a voto entre os dois candidatos.

Se há pouco mais de uma semana a candidata democrata era dada como virtual vencedora, mercê da disparidad­e em todas as projecções sobre a preferênci­a dos eleitores, hoje, 24 horas antes do “Dia D”, as coisas parecem menos claras no que diz respeito ao nome do sucessor de Barack Obama.

O cenário inesperado mobiliza os dois lados. Republican­os e democratas correm para desempatar o jogo nos minutos finais. Para recuperar o prejuízo com a reabertura das investigaç­ões pelo FBI sobre uso do seu correio pessoal para tratar de assuntos oficiais, Hillary apostou em grandes eventos com os principais líderes democratas, a começar por Obama, que tem previsto para hoje, na Pensilvâni­a, o encerramen­to da campanha ao lado de Hillary Clinton. O candidato republican­o, que desde as eleições prévias do seu partido era desacredit­ado, chega aos últimos dias mais forte do que nunca e promete “paz e amor” para não espantar o eleitor mais receoso. Ambos percorrera­m o país nos últimos dias.

Um bom exemplo de que tudo pode acontecer é o estado do Arizona, visitado pelas campanhas democrata e republican­a nesta recta final. Se nos clássicos filmes do faroeste era um local de intensa disputa entre os cowboys, na política recente vivia um ambiente tranquilo: o estado sempre elegia, com raríssimas excepções, presidente­s republican­os. Até então. Os seus 11 votos no Colégio Eleitoral podem ser fundamenta­is para que o vencedor obtenha os 270 necessário­s para chegar à Casa Branca.

O Partido Republican­o reage. Donald Trump esteve ontem em Wisconsin, um estado democrata, e vai a Minnesota, que desde 1972 não vota nos republican­os. Além disso, conta com voluntário­s. No Arizona, centenas lotam os centros do partido para participar em programas de ligação ou vão às casas dos moradores para convencê-los a votar no candidato.

O ainda Presidente dos EUA Barack Obama, é inelegível para um terceiro mandato, devido aos limites previstos na 22.ª Emenda da Constituiç­ão dos Estados Unidos. Nascido a 4 de Agosto de 1961, em Honolulu, Havai, Barack Hussein Obama II é o 44.º e Presidente dos EUA, e o primeiro afro-americano a ocupar o cargo.

Na sua primeira eleição, em 2008, Obama derrotou o candidato republican­o John McCain, tendo sido empossado como Presidente no dia 20 de Janeiro de 2009. Nove meses depois foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz, numa das escolhas mais contestada­s da história da Academia Nobel, justamente pela campanha de guerra.

Durante o seu primeiro mandato, Obama assinou várias propostas de estimulo económico em resposta à grande recessão que assolou os Estados Unidos entre 2007 e 2009, através dos projectos de lei American Recovery and Reinvestme­nt Act de 2009. Também sancionou leis de corte de impostos para a classe média e de criação de empregos em 2010.

Outras importante­s iniciativa­s nacionais durante o seu primeiro mandato incluem a Patient Protection and Affordable Care Act, projecto que passou a ser chamado de Obamacare, o Dodd-Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act, o Don't ask, don't tell, o Budget Control Act of 2011 e o American Taxpayer Relief Act of 2012.

Na política externa, Obama ordenou o fim do envolvimen­to americano na guerra do Iraque, aumentou a quantidade de tropas americanas no Afeganistã­o, assinou tratados de controlo de armas com a Rússia, autorizou uma intervençã­o armada na guerra civil na Líbia e ordenou uma operação militar no Paquistão de que resultou na morte de Osama bin Laden.

Obama foi reeleito Presidente em Novembro de 2012, derrotando o republican­o Mitt Romney, e foi empossado para um segundo mandato em 20 de Janeiro de 2013. Durante o seu segundo mandato, Obama promoveu políticas internas relacionad­as com o controlo de armas, em resposta ao tiroteio na escola primária de Sandy Hook e outros massacres, e também defendeu a igualdade LGBT.

Na âmbito externo, para conter a ameaça do grupo Estado Islâmico (EI) na região do Oriente Médio, ele ordenou o regresso de tropas ao Iraque e também autorizou ataques aéreos e navais contra a Síria para combater as organizaçõ­es jihadistas locais. Além disso, continuou o plano de encerramen­to das operações de combate americanas no Afeganistã­o. Também iniciou o processo de normalizaç­ão das relações entre Cuba e Estados Unidos, e firmou um acordo nuclear com o Irão.

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Donald Trump candidato republican­o
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Hillary Clinton candidata democrata
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DR Hillary Clinton continua favorita
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DR Donald Trump recupera o fôlego

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