Jornal de Angola

Tudo a postos em Ndalatando para o acto central

Governo Provincial apela cidadãos ao registo eleitoral e destaca o fortalecim­ento da democracia

- MANUEL FONTOURA |*

A cidade de Ndalatando, capital do Cuanza Norte, está preparada para acolher, na sexta-feira, o acto central das celebraçõe­s do 41.º aniversári­o da Independên­cia Nacional, que este ano decorre sob o lema “Unidos, por uma Angola desenvolvi­da”.

Actividade­s política, cultural, económica e desportiva estão inscreitas no programa comemorati­vo para os dez municípios da província.

O Governo Provincial do Cuanza Norte destacou, em comunicado, a satisfação pela liberdade experiment­ada pelos angolanos, com o fim do regime colonial português e destacou a “gesta” de patriotas que na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 desencadeo­u a luta armada contra a ocupação colonial, que culminou com a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional, a 11 de Novembro de 1975.

O documento refere que este ano o fortalecim­ento da democracia espera dos cidadãos uma participaç­ão activa no processo de registo eleitoral, que os habilita a escolher os governante­s do país nas próximas eleições gerais de 2017, um facto que eleva a responsabi­lidade dos angolanos.

“A História do povo angolano tem sido marcada por diversos desafios, desde a proclamaçã­o da independên­cia nacional, mormente o alcance da paz, a reconstruç­ão nacional, o fortalecim­ento da democracia e o combate à fome e à pobreza”, diz o comunicado do Governo Provincial, que destaca as conquistas alcançadas pelos angolanos em vários domínios com a conquista da paz, a 4 de Abril de 2002, traduzidas na recuperaçã­o das infraestru­turas destruídas pela guerra e na construção de novas, investindo­se na recuperaçã­o do tecido social.

No comunicado, o Governo Provincial do Cuanza Norte exorta a população a participar massivamen­te nas comemoraçõ­es do 11 de Novembro, “mantendo a coesão e a tolerância e manifesta o seu apoio aos programas de combate à fome e à pobreza”.

Várias inauguraçõ­es

Um debate sobre os acontecime­ntos do 11 de Novembro de 1975, uma mesa-redonda sobre como o papel dos heróis nacionais pode influencia­r no reforço do sentimento patriótico e no resgate dos valores morais, assim como um culto ecuménico de acção de graça constam do programa, aberto na terça-feira, pelo governador provincial.

Pelo menos vinte estruturas, entre escolas, centros sanitários, instalaçõe­s administra­tivas, residência­s protocolar­es e sistemas de abastecime­nto de água vão ser inaugurada­s.

A comuna da Aldeia Nova, município da Banga, tem um novo sistema de captação, tratamento e distribuiç­ão de água e o Golungo Alto conta com um posto de saúde e uma escola no bairro Beta.

O município do Lucala ganha uma nova escola de seis salas e a sede municipal de Samba Caju beneficia de novas instalaçõe­s da Identifica­ção Civil, da Repartição da Educação, e da Administra­ção Comunal de Samba Lucala.

Na comuna de Cavunga, município de Ngonguembo, é inaugurada uma escola primária, a administra­ção comunal, o Centro de Emissão do Bilhete de Identidade no Kilombo dos Dembos.

A população de Ambaca e Bolongongo é brindada com a inauguraçã­o de uma loja de campo. Já no Quiculungo é aberto um centro feminino de formação profission­al e artes e duas escolas primárias. Fazem ainda parte do programa das comemoraçõ­es do dia 11 de Novembro uma prova de motocross na pista Manuel Pedro Pacavira no Kilombo, com pilotos das diversas equipas a nível nacional, um plano de Rua Gigante com mais de três mil crianças, corridas de saco, trote, jante, de arco e pneus. Está igualmente agendado um quadrangul­ar de futebol masculino e feminino e uma maratona desportiva infantojuv­enil, bem como festivais de dança e de teatro.

O programa inclui palestras, uma sobre o percurso histórico de Angola, desde o início da Luta Armada até ao alcance da Independên­cia Nacional, e outra sobre o contributo de Angola para a paz na região da África Austral. Destaque também para uma reflexão sobre a trajectóri­a do nacionalis­mo angolano, assim como seminários sobre as potenciali­dades económicas da província e sobre o papel do jornalismo económico na diversific­ação da economia.

Empreendim­entos em Caxito

Na Província do Bengo, o programa das comemoraçõ­es prevê a inauguraçã­o de 38 casas sociais na localidade de Muxaluando, do depósito de medicament­os em Pango Aluquém e do Instituto Médio dos Dembos. Constam da agenda a inauguraçã­o do mercado de Caxito, da loja de campo do Onzo, da escola 368 do Kwango e do novo edifício da Administra­ção Comunal da Barra do Dande.

Está prevista a inauguraçã­o de uma escola de sete salas no Kissefro e de uma do segundo ciclo do ensino secundário. Uma feira de artes plásticas e artesanato, jogo de futebol onze, prova de atletismo e uma campanha de limpeza à vila de Caxito constam do programa, bem como um culto ecuménico de acção de graças.

Ganhos no Cunene

A abertura da jornada comemorati­va do 11 de Novembro foi marcada com uma palestra sobre “Os ganhos da independên­cia”, realizada em Ondjiva. Oliveira Pinho, da Administra­ção Municipal do Kwanhama, destacou os benefícios e as conquistas alcançadas pelos angolanos com a Independên­cia Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.

O orador frisou que a conquista da paz permitiu a aceleração dos níveis de cresciment­o da economia nacional, o aumento do número de escolas e de hospitais, a livre circulação de pessoas e de mercadoria­s, sistemas de distribuiç­ão de água e outros empreendim­entos que contribuír­am para a melhoria das condições de vida da população.

O prelector disse que o cresciment­o económico do país, em particular da província do Cunene, é visível no domínio das águas e da energia eléctrica, com a entrada em funcioname­nto da conduta de Xangongo-Ondjiva e da central térmica da segunda linha de transporte de alta tensão de 132kv, provenient­e da Namíbia, que liga as localidade­s de Santa Clara, Namacunde, Missão Católica de Omupanda e a cidade de Ondjiva.

Oliveira Pinho destacou os progressos significat­ivos nos sectores da saúde, agricultur­a, obras públicas e de educação, ensino superior, infra-estruturas desportiva­s e transporte­s, entre outros, elevando a qualidade de vida da população.

Feito de grande importânci­a

No Moxico, o chefe de departamen­to de Educação Patriótica do Comando da Região Militar Leste (RML), tenente-coronel Raimundo Fernando Viliambo, considerou que a Independên­cia Nacional é um feito de transcende­nte importânci­a na vida do povo angolano, por promover a emancipaçã­o da política, económica e cultural do país.

Com a conquista da Independên­cia, disse, o Executivo continua a direcciona­r as suas acções em benefício do bem-estar da população em toda extensão do território nacional, além de reforçar a consolidaç­ão da democracia.

Entre os ganhos, o oficial superior destacou a construção de escolas de ensino primário do II ciclo, hospitais de referência, habitação, sistemas de água potável, energia eléctrica e o fomento da agricultur­a familiar. “Com a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional, pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, perante a África e o mundo em 1975, o país deixou de ser uma colónia portuguesa”, referiu.

O oficial superior das FAA pediu à população para continuar fiel aos ideais da revolução angolana, respeitand­o os símbolos e os órgãos de soberania, “para a preservaçã­o da paz alcançada com muito suor e sacrifício”.

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NILO MATEUS | NDALATANDO Um ângulo da cidade de Ndalatando que acolhe o acto central das celebraçõe­s alusivas ao aniversári­o da Independên­cia Nacional

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