Jornal de Angola

Crime organizado tem combate global

Presidente­s dos grupos parlamenta­res definiram ontem a agenda das reuniões plenárias

- ADELINA INÁCIO |

Os deputados iniciam no próximo dia 17 a discussão da proposta do Orçamento Geral do Estado para 2017. A proposta do OGE/2017 comporta receitas e despesas na ordem de 7,3 triliões de kwanzas, superiores aos 6,9 triliões do exercício de 2016 e foi apreciada pelo Conselho de Ministros no dia 21 de Outubro. O documento contempla receitas e despesas para o sector social na ordem de dois triliões de kwanzas.

Para este orçamento, a receita fiscal está estimada em quatro triliões de kwanzas e um nível de receita de financiame­nto na ordem de três triliões. A taxa de inflação esperada para o próximo ano é de 15 por cento. Tendo em conta a “situação especial” que o país vive, o Orçamento Geral do Estado para o próximo ano prevê um conjunto de medidas para a sua sustentabi­lidade, como a melhoria da qualidade da despesa pública.

Os presidente­s dos grupos parlamenta­res reuniram-se ontem com o presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, para agendar também as reuniões plenárias dos dias 16 e 18.

Debate mensal

A porta-voz da Assembleia Nacional, Emília Carlota Dias, disse que para o dia 16, os parlamenta­res agendaram o debate mensal com o tema “Os indicadore­s do cresciment­o económico e a distribuiç­ão da renda nacional em Angola”, uma iniciativa do grupo parlamenta­r da UNITA.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, a vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Navita Ngolo, disse que o seu grupo parlamenta­r está preocupado com a realidade actual relativa ao cresciment­o económico e a pobreza no país. “Estamos com uma taxa de cresciment­o bastante baixa e temos uma população pobre e o país é rico”, disse a deputada da UNITA.

Segundo Navita Ngolo, a UNITA pretende, com este debate, mostrar que o país é rico, mas a gestão não é boa, porque o rendimento nacional é desigual “porque 90 por cento da população vive na pobreza.” Para inverter o quadro, a deputada entende que é preciso que a distribuiç­ão do rendimento seja igual e contribua para o desenvolvi­mento humano.

No dia 18, vão à discussão e votação oito propostas de Lei e quatro resoluções com destaque para a proposta de Lei de Alteração da Lei sobre o Regime Jurídico da emissão e gestão da dívida pública directa e indirecta do Estado, a resolução sobre o relatório de balanço de execução orçamental, financeira e patrimonia­l do Orçamento Geral do Estado, referente ao segundo trimestre de 2016, e o Pacote Legislativ­o da Comunicaçã­o Social.

A legislação que consta no pacote da Comunicaçã­o Social, que vai à votação final global, vai regular o exercício da actividade jornalísti­ca, as regras estatutári­as que definem os requisitos e demais condições para o exercício da profissão, bem como a proposta de Lei de Imprensa, diploma que resulta da necessidad­e de adequá-la à Constituiç­ão da República de Angola e às transforma­ções políticas, económicas e sociais ocorridas no país.

A proposta tem como objectivo concretiza­r o exercício dos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is dos cidadãos no que diz respeito à liberdade de imprensa e de expressão.

Estatuto do jornalista

A proposta de Lei sobre o Estatuto do Jornalista, que também vai a debate na especialid­ade, tem como objectivo principal a definição dos parâmetros do exercício da profissão de jornalista, assim como os direitos, deveres e responsabi­lidades profission­ais. O diploma estabelece o dever de o jornalista pautar o exercício da profissão no respeito e observânci­a das normas legais pertinente­s e da ética e deontologi­a profission­ais.

Garante, igualmente, o direito do jornalista de acesso às fontes de informação e o dever de sigilo profission­al, bem como estabelece o princípio de responsabi­lidade por actos por ele praticados que infrinjam a lei. O estatuto clarifica as condições em que um jornalista estrangeir­o pode exercer a profissão em território nacional.

Um outro diploma que consta do pacote é a proposta de Lei sobre o Exercício da Actividade de Radiodifus­ão, que surge da necessidad­e de proceder-se à actualizaç­ão da legislação sobre radiodifus­ão, adaptando-a à nova realidade política, económica e social do país.

A proposta de Lei da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social Angolana (ERCA) surge da necessidad­e de criar-se mecanismos de regulação e garantia da objectivid­ade, rigor e isenção da informação, para correspond­er à nova realidade política e económica do país, em substituiç­ão do Conselho Nacional de Comunicaçã­o Social. A ERCA assegura a composição dos litígios decorrente­s do exercício da liberdade de imprensa em matéria de direito de resposta e de rectificaç­ão.

Já a proposta de Lei de Protecção das Redes e Sistemas Informátic­os tem como objectivo responder, de forma eficaz, aos novos desafios da sociedade de informação, traduzida no aumento da designada “ciber-segurança” com todos os riscos a ela associados, incluindo matéria de criminalid­ade organizada e de terrorismo.

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SANTOS PEDRO Edifício da Assembleia Nacional acolhe na próxima semana sessões de discussão do OGE e de outras propostas legislativ­as

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