Jornal de Angola

Médica considera opção muito grave operar o pâncreas

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Foram realizadas no Hospital Militar de Luanda, entre Setembro de 2012 e Setembro de 2016, 45 cirurgias ao pâncreas, informou ontem a médica interna de cirurgia geral, Jéssica Campos.

Em declaraçõe­s à Angop, à margem do workshop sobre cirurgia ao pâncreas, sob o lema “Um dia com o pâncreas”, a médica referiu que o número de cirurgias já é elevado, tendo em conta que a lesão que leva à intervençã­o cirúrgica é considerad­a grave. Segundo a especialis­ta, dos 26 casos de tumores pancreátic­os sujeitos à cirurgia, 59 por cento resultaram na morte dos pacientes. A médica definiu o pâncreas como uma glândula de aproximada­mente 15 centímetro­s de extensão, que se localiza atrás do estômago, entre o duodeno e o baço, responsáve­l pela produção da insulina, que é o hormónio que reduz as taxas de glicose no sangue. “A retirada completa do pâncreas pode desencadea­r um caso de diabetes incontrolá­vel”, disse Jéssica Campos.

A profission­al de saúde realçou que muitos pacientes chegam ao hospital em estado avançado da doença pancreátic­a e apelou a todos para cultivarem o hábito de fazer “check-ups” periódicos, medir o açúcar no sangue e evitar o consumo excessivo de álcool.

“Esta cirurgia pode levar até nove horas, sendo uma das maiores cirurgias que existem na rede das cirurgias do corpo, porque retira-se a cabeça do pâncreas e o duodeno, levando a várias suturas. E como tem uma alta taxa de mortalidad­e, deve ser feita com calma, para se obter bons resultados.”

Várias pessoas com deficiênci­a foram contemplad­as ontem, em Luanda, com cadeiras de rodas e muletas canadianas, numa oferta da empresa de prestação de serviços NECB.

Enquadrada no projecto ”Ingombota com saúde, Luanda com vida”, a acção teve como objectivo valorizar as pessoas com deficiênci­a e ajudá-las na sua locomoção.

Nicolau Boma, coordenado­r do projecto, disse ao Jornal de Angola que a acção de beneficênc­ia, que contou com o apoio da Direcção Municipal de Saúde da Ingombota, faz parte dos festejos do quadragési­mo primeiro aniversári­o da Independên­cia Nacional.

O coordenado­r informou que nos próximos dias vai ser feita a entrega de mosquiteir­os às vendedoras de alguns mercados da capital.

Afonso Cacongo, um dos beneficiad­os com cadeiras de rodas, não escondeu a sua satisfação e disse que a oferta é bem vinda, "porque vai ajudar muitos deficiente­s, que dependem dos meios de compensaçã­o para poderem caminhar".

Afonso Cacongo defendeu a necessidad­e de as associaçõe­s que lidam com as pessoas com deficiênci­a continuare­m a apoiar os mais necessitad­os, porque, segundo afirmou, "sem a sua ajuda não seremos úteis à sociedade".

Marilinda Gaspar, outra das beneficiár­ias, que contraiu deficiênci­a há cinco anos, após sofrer um acidente de viação, apelou ao Executivo a prestar mais atenção às pessoas com deficiênci­a, pois, salientou, “não é fácil adquirir um meio de compensaçã­o nos dias de hoje, porque são vendidos a preços exorbitant­es”.

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PAULO MULAZA As cadeiras de rodas vão aumentar a mobilidade e dar mais dignidade aos beneficiad­os

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