Jornal de Angola

General Sachipengo Nunda preocupado com a fronteira

- JAQUELINO FIGUEIREDO |

A actual situação de instabilid­ade política e militar na República Democrátic­a do Congo (RDC) constitui grande preocupaçã­o para as Forças Armadas Angolanas (FAA), pelo facto dos dois países partilhare­m uma vasta fronteira comum.

A informação foi avançada à imprensa na terça-feira, na cidade do Soyo, província do Zaire, pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general de Exército Geraldo Sachipengo Nunda, no termo de uma visita às unidades militares do Exército e da Marinha estacionad­as naquele município. “A falta de consenso entre os principais actores políticos na RDC obriga as FAA a estarem mais atentas para não serem apanhadas despreveni­das”, afirmou Sachipengo Nunda, salientand­o que o acordo entre o Governo congolês e algumas formações políticas permitiu agendar as eleições para 2018.

“Há duas forças partidária­s muito influentes no xadrez político daquele país que não estão de acordo com o andamento do processo político e, por isso mesmo, temos de estar atentos para não sermos apanhados despreveni­dos”, desabafou. Para o general das FAA, as duas unidades militares existentes na região do Soyo, do Exército e da Marinha de Guerra devem aferir o seu estado de prontidão para qualquer eventualid­ade. “Vim aferir o estado destas duas unidades em termos de prontidão combativa, sobretudo nesta altura em que é preciso racionaliz­ar os parcos recursos financeiro­s postos à disposição das Forças Armadas”, informou Sachipengo Nunda, que elogiou o nível de organizaçã­o dos dois ramos.

O Chefe do Estado-Maior General das FAA mostrou preocupaçã­o com o agravament­o da crise política e militar na RDC, que em sua opinião pode contribuir para o aumento da imigração ilegal a partir da fronteira Norte. As FAA, garantiu, vão continuar a apoiar a Polícia Nacional no combate contra a imigração ilegal.

O general Nunda assegurou que a Marinha de Guerra, através da Região Naval Norte, está preparada para salvaguard­ar a integridad­e física dos objectivos económicos nas regiões de Cabinda e Soyo (Zaire), que fornecem cerca de 1.800.000 barris de petróleo por dia, além de gás natural. “Estamos a fazer um esforço para dar maior atenção à Marinha de Guerra Angolana”, referiu. O general lembrou que Cabinda produz cerca de 500 mil barris de petróleo por dia, enquanto os restantes 1.300.000 são extraídos a partir da Foz do Rio Zaire.

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