António Pinto reedita livro sobre História da luta armada
A segunda edição do livro “13 anos de Luta Armada. Porquê?”, de António Pinto, é apresentada hoje, às 18h30, no Camões-Centro Cultural Português, em Luanda. Reeditado depois de esgotada a primeira edição publicada em 1975, o livro é apresentado pelo académico João Manuel Francisco “João Pinto”, durante uma sessão de venda e assinatura de autógrafos.
António Pinto faz uma abordagem da situação social e económica de Angola entre 1961 e 1974, conhecida como fase de “luta de libertação nacional”, por ser o período marcado pela conquista da Independência Nacional.
No livro, o autor refere os erros de interpretação histórica do regime de Portugal, que, contra os ventos da História, persistiu em “continuar em África”, ignorando as aspirações dos povos das colónias reflectidas nas reivindicações de nacionalistas como Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Amílcar Cabral e Eduardo Mondlane.
Num capítulo, o autor analisa as classes sociais das colónias portuguesas, destacando a “revolução social” operada, sobretudo, nos serviços públicos, como resultado de uma política de maior tolerância racial.
A fase de explosão escolar entre 1963-1974 e do aumento de quadros negros na função pública também mereceu apreciação no livro.
António Pinto precisa que essa revolução se limitou ao “universo” dos quadros e funcionários da população negra.
O autor exterioriza angústias e preocupações que marcaram a conturbada transição da colónia de Angola para a Independência, proclamada a 11 de Novembro de 1975.
O livro é dividido em seis capítulos, nos quais são ainda abordados os temas “A Burguesia Colonial e o Desenvolvimento de Angola”, “Discriminação Racial e Injustiças Sociais”, “Erros da Política Colonial até 1974” e “Resenha Histórico-Política de Angola (1482-1975)”.
O autor menciona algumas reformas legislativas no domínio da educação, que, na sua opinião, contribuíram para reforçar a presença e importância da língua portuguesa em Angola.
António Pinto é natural da Gabela, cidade da província do Cuanza Sul. Concluiu a instrução primária em Porto Amboim e ingressou no Seminário Católico em 1951, com 14 anos.