Peritos africanos avaliam educação
REFORMA DO ENSINO
Peritos da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA) visitaram cinco províncias do país para avaliar a abrangência da reforma educativa, tendo constatado que existem infra-estruturas técnicas e administrativas de qualidade e uma vasta rede escolar.
Oito peritos da Associação para o Desenvolvimento da Educação em África (ADEA), que visitaram cinco províncias do país para avaliar, entre outras tarefas, a abrangência da reforma educativa, constataram a existência de infra-estruturas técnicas e administrativas de qualidade e uma vasta rede de instituições devidamente equipadas para formar os professores que o sistema necessita para assegurar a qualidade do ensino no país.
A missão de especialistas concluiu que na área do ensino técnicoprofissional existe a preocupação, por parte dos alunos, sobre a necessidade de uma melhor adequação e alinhamento com as necessidades do desenvolvimento do país e recomendou ao Ministério da Educação o redobrar de esforços para facilitar a empregabilidade dos diplomados do ensino técnico-profissional.
O consultor internacional de educação e coordenador dos peritos africanos, Ahlin Byll Cataria, disse que gostou de ver a organização da reforma educativa em curso.
A missão visitou o país no quadro da revista de pares, que consiste na avaliação de aspectos concretos do sector da educação e ensino pelo olhar de peritos, no caso, africanos.
A avaliação teve como foco a qualidade de ensino, formação de professores, inspectores e supervisores pedagógicos, desenvolvimento das competências técnicas e profissionais dos professores, educação das pessoas com necessidades educativas profissionais, bibliotecas e materiais escolares, bem como o ensino técnico profissional e as necessidades da alfabetização e educação de adultos.
Trabalho no terreno
Os peritos trabalharam nas províncias de Luanda, Bengo, Uíge, Cuanza Sul e Namibe. No terreno, foram acompanhados pelos responsáveis do sector do ensino de cada localidade, directores de escolas e alguns técnicos seniores do Ministério da Educação.
O secretário de Estado para Formação e Ensino Técnico Profissional, Narciso Benedito, admitiu que em Angola ainda há muito para ser feito no domínio da reforma educativa, “mas existe uma visão global sobre o rumo e os objectivos que se quer alcançar”. Deu a conhecer que decorre no país um estudo que vai responder à constatação feita pelos peritos, sobre o nível de empregabilidade dos diplomados e o grau de satisfação dos empregadores.
“O sistema angolano está a desenvolver um sistema de garantia de qualidade do ensino técnico para a satisfação dos diplomados e empregadores”, salientou, acrescentando que existe a necessidade de desenvolver mecanismos de formação inicial de inspectores e supervisores pedagógicos, para garantir o acompanhamento das acções nas escolas e nas salas de aulas.
Em Angola existem 14 mil escolas do ensino primário e nove milhões de crianças estão a frequentar esse nível de ensino, que comporta 185 mil professores.