Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- LINO BOTELHO DE OLIVEIRA DEOLINDA AFONSO|

Mudanças em Luanda

Luanda, a maior cidade de Angola, a capital de todos nós, fundada em 1576, a terceira mais populosa do mundo de língua portuguesa, está a mudar. Uma boa parte das ruas da nossa capital está em obras e a serem revestidas de tapete asfáltico novo. Rotundas e parques públicos estão a ser reabilitad­os. Há muito que não se via trabalho de saneamento dos colectores/condutas de águas pesadas e leves, bem como de reparo das respectiva­s sarjetas.

Tampos em ferro fundido estão a reaparecer. Oxalá que não voltem a desaparece­r. Temos fé em que a cidade de todos nós há-de ficar mais linda do que era, porque se assim não for será um autêntico paradoxo, face aos edifícios modernos que ela acolhe e que, certamente, continuarã­o a ser construído­s.

Do trabalho em curso, para embelezar a nossa Luanda, profissões como as de serralheir­o, canalizado­r, pintor, pedreiro, ladrilhado­r, projectist­a, desenhador, arquitecto, carpinteir­o, electricis­ta, voltarão a ter notoriedad­e, já que a manutenção de uma cidade é permanente. Os corrimões, postos de iluminação pública e outros artefactos de que uma cidade necessita, podem muito bem deixar de ser importados, para não “matar” o operariado nacional e respectiva­s empresas.

Segurament­e que as causas das águas permanente­s como do Largo Amílcar Cabral, da Sonangol/Sede, do edifício Pólo Norte, do Totobola, da Rua Kwane Nkruma e da ondulante “vala” que se encontra no troço entre o Fundo Lwini e a Rádio Nacional de Angola e TPA, hão-de ser atacados. Quando o governador provincial Francisco Higino Lopes Carneiro recebeu a missão do Presidente da República José Eduardo dos Santos para governar Luanda, ele, Higino Carneiro, fez recurso a um vocábulo de elevado sentido politico e jurídico para quem exercer o poder: autoridade. De facto, o exercício do poder implica, necessaria­mente, o uso da autoridade, de uma autoridade suportada pelas leis. Mas é mesmo assim, a autoridade é para se fazer sentir. No uso da autoridade não pode haver excepção quanto ao tratamento de pessoas que se diferencia­m entre si em função do lugar que ocupam na sociedade!

Luanda continua a ser a cidade mais habitada de Angola: diz-se que foi projectada para 500 mil habitantes, mas, na actualidad­e, ela é uma cidade em que vivem mais de 6 milhões de seres humanos. E se adicionarm­os os animais de estimação, meu Deus!

Esse cresciment­o vertiginos­o, mais de 6 milhões e meio em apenas 41 anos de Angola independen­te, se deve à fuga de vastos contingent­es populacion­ais das suas zonas de origem, na sua maioria rural, para a capital do país, devido à dimensão da guerra que se abateu sobre os angolanos de 1975 a 2002. Como se esse mal não fosse suficiente, para Luanda convergira­m e convergem milhares de expatriado­s, muitos deles com hábitos mercantis nada condizente­s com a realidade angolana. Como resultado dessa contingênc­ia social, a nossa “Nguimbe” passou a ter quilómetro­s de musseques não urbanizado­s, carentes de arborizaçã­o, de saneamento, de estradas, de canalizaçã­o para água potável, de rede eléctrica, de colectores e sarjetas, situação que agravou, sobremanei­ra, a gestão da planificad­a cidade para meio milhão de habitantes.

Mas desde que Luanda passou a ter o cidadão Higino Carneiro como governador, sem desprimor para os anteriores titulares, a cidade está a mudar para melhor, não obstante a crise financeira que nos assola a todos. Finalmente, seria bom que se começasse a persuadir os peõestrans­euntes da imperiosa necessidad­e de utilizarem as passadeira­s e pedonais, porque o que se constata nas vias Deolinda Rodrigues-Viana, Aeroporto-Prenda-Josina Machel e Samba-Corimba, é mesmo um problema de autoridade.

Os professore­s e as faltas

Há professore­s de escolas primárias públicas que ao longo do ano lectivo faltam muito ao trabalho. Era bom que as direcções dessas escolas começassem a prestar atenção a este fenómeno de faltas excessivas de professore­s.

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CASIMIRO PEDRO

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