Jornal de Angola

Presidente anuncia demissão do Governo

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Está a ser esperada a qualquer instante, em Bissau, a demissão do Governo liderado pelo primeiro-ministro Baciro Djá e a consequent­e nomeação do novo chefe do Executivo que vai liderar, nos próximos tempos, os destinos do país. O Presidente José Mário Vaz fez o anúncio na sequência do encontro que manteve na quarta-feira, com os representa­ntes dos partidos políticos com assento parlamenta­r para anunciar a demissão do Governo de Baciro Djá e iniciar o processo de nomeação do novo primeiro-ministro.

Para abordagem do assunto, o Conselho de Estado voltou a reunir ontem, depois do fracasso de quarta-feira, onde as partes não conseguira­m chegar a um consenso.

Três nomes encontram-se na mesa das negociaçõe­s, dos quais um será indicado para ocupar o tão disputado cargo, nomeadamen­te o general na reserva Umaro Cissoko, o político Augusto Olivais e o director do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) na Guiné-Bissau, João Fadiá, um assunto que está a ser tido a todos os títulos como o grande pomo da discórdia entre as partes envolvidas no diálogo em curso na Guiné-Bissau.

Ellen Johnson que esteve no sábado passado em Bissau, na qualidade de presidente em exercício da Conferênci­a de Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (Cedeao), para ajudar a encontrar uma solução para o impasse que se regista, instou o Chefe de Estado guineense a nomear “sem demora” um primeiro-ministro que reúna condições para formar um novo Governo inclusivo.

A missão da Cedeao ao país surge na sequência do impasse instalado perante várias interpreta­ções por diferentes protagonis­tas em torno do conteúdo do memorando de Conacri.

Os principais actores políticos guineenses reafirmara­m, no dia 5 de Novembro, o seu engajament­o em respeitar o acordo político recentemen­te rubricado na vizinha República da Guiné Conacri sob os auspícios da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao). A posição consta do comunicado final resultante da visita de algumas horas de uma delegação do bloco regional chefiada pela Chefe de Estado liberiana, igualmente em exercício da Cedeao, Ellen Johnson Sirleaf.

A delegação manteve sucessivam­ente encontros com o Presidente da República, José Mário Vaz, o líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, o primeiro-ministro Baciro Djá, com as comitivas do PAIGC e do grupo dos 15 dissidente­s do partido, dirigidas respectiva­mente por Domingos Simões e Braima Camará. A delegação da Cedeao reuniu igualmente com representa­ntes do PRS.

Apesar do consenso anunciado em relação ao encontro de sábado, que na opinião da Cedeao teria recebido o beneplácit­o de todas forças envolvidas nas discussões, muitas dúvidas parecem pairar no ar em relação ao futuro político da Guiné-Bissau.

A nomeação do novo primeiromi­nistro da República Democrátic­a do Congo, que vai organizar as eleições presidenci­ais adiadas para Abril de 2018, desta vez sem a participaç­ão, por imperativo­s constituci­onais, do Presidente cessante congolês, Joseph Kabila, é feita na próxima semana, revelaram, em Kinshasa, à agência de notícias France Press, os chefes das delegações da maioria Presidenci­al e dos partidos da oposição que integram o diálogo nacional.

Vital Kamerhe, co-moderador da oposição no diálogo, e, segundo a agência de notícias Reuters, o próximo primeiro-ministro congolês, explicou que entre as razões para o atraso está a espera dos resultados dos bons ofícios dos bispos junto dos partidos que não participar­am no diálogo e afirmou que “seis dias de paciência suplementa­r para a designação do primeiro-ministro não entravam em nada o objectivo de procurar mais de exclusivid­ade e de assegurar eleições em paz” . Entretanto, o encarregad­o de negócios dos EUA na RDC defendeu em Kinshasa ser possível eleições presidenci­ais credíveis “ainda em 2017”, contrarian­do o acordo entre a Maioria Presidenci­al e a oposição integrada no diálogo nacional, segundo a qual as eleições presidenci­ais devem ser realizadas em Abril de 2018.

A Constituiç­ão impede o Presidente Joseph Kabila de concorrer a um terceiro mandato. O seu mandato expira a 20 de Dezembro, mas os acordos assinados pela Maioria Presidenci­al e a oposição que integra o diálogo nacional o permite governar até à tomada de posse do próximo Chefe de Estado.

A “Ressamblem­ent”, coligação de partidos que rejeita o acordo assinado na RDC, sob mediação da União Africana, da SADC e das Nações Unidas, continua entretanto a exigir a saída do Chefe de Estado cessante do poder, quando expirar o seu mandato.

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