Inglaterra exibe papoilas
A Inglaterra vai mesmo jogar com papoilas em homenagem aos soldados mortos e feridos na I Guerra Mundial, no jogo de hoje com a Escócia, relativo à fase de qualificação ao Mundial’2018, segundo anunciou ontem o director-executivo da Federação Inglesa (FA).
Martin Glenn considerou mesmo que a FIFA, que recusa qualquer tipo de manifestação política, está a “fazer uma interpretação errada dos regulamentos”, na sequência do pedido da FA para que as selecções britânicas pudessem usar uma papoila nas camisolas.
“Esperava que a situação se resolvesse de forma tranquila, o que, nestes casos, raramente acontece. Fomos forçados a marcar uma posição e, por isso, vamos usá-las”, disse Martin Glenn, defendendo que a Inglaterra tem esse “direito moral”.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, já tinha considerado escandaloso que a FIFA tenha proibido a utilização de papoilas vermelhas nas camisolas durante o jogo entre a Inglaterra e a Escócia, no Estádio de Wembley, em Londres.
No Reino Unido, há a tradição de se usar uma papoila vermelha, na lapela, em homenagem aos soldados mortos e feridos durante a I Guerra Mundial. A flor é usada desde o final de Outubro até 11 de Novembro, dia da assinatura do Armistício de Compiègne, que encerrou as hostilidades, em 1918.
A organização do Mundial’2022 quer um campeonato sem álcool nos estádios de futebol e até nas ruas. Segundo Hassan Al-Thawadi, secretário-geral do comité organizador, “não haverá consumo de álcool nas ruas, nos parques e nos espaços públicos” no Qatar.
Ainda assim, a decisão que, diz o mesmo, “é definitiva” pode causar problemas com a FIFA, que tem entre os seus principais patrocinadores um fabricante de cerveja.
No entanto, a decisão prende-se também com o facto de no Qatar, país muçulmano, ainda que o álcool não seja interdito, beber em público constituir uma infracção à lei e transportar bebidas alcoólicas para o Qatar ser igualmente proibido.