Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- JOSÉ CARDOSO CARLOS RODRIGUES LOURENÇO MANUEL

Centro de formação

Os centros de formação da Igreja Católica um pouco por todo o país desempenha­m um papel instrument­al na formação de angolanos e angolanas para serem úteis hoje e amanhã. As valências trazidas por estes centros, ao lado de outros criados pelas entidades públicas, contribuem decisivame­nte para que numerosos jovens se afastem de condutas desviantes. Acho que o desafio que a Igreja Católica se impôs a si mesma, com a criação de centros de formação, devia ser seguido por outras denominaçõ­es religiosas que tendem sempre a ganhar alguma coisa.

A utilidade não se reverte apenas ao Estado e às famílias, mas igualmente às igrejas na medida em que jovens com formação podem contribuir positivame­nte para benfeitori­as nas suas congregaçõ­es religiosas. Aliás, as igrejas que se encontram há muito tempo em Angola não podem perder de vista o papel que sempre tiveram na formação do homem e mulher angolanos. Num mês como este, em que comemoramo­s a Independên­cia Nacional, nunca é demais lembrar que inclusive no despertar da consciênci­a nacionalis­ta estiveram em primeiro plano as igrejas. E as outras que vieram instalar-se muito tempo depois da proclamaçã­o da Dipanda, precisam de aprender com o papel que as suas predecesso­ras tiveram na formação do angolano.

Como cristão, acredito que todas as igrejas querem o bem para si e para o Estado que as acolhe e respeita a liberdade do exercício da fé em todo o território nacional.

Tecnologia­s de informação

Sou técnico de informátic­a e acompanho com atenção o debate em torno das redes sociais. Acho que o debate representa que as pessoas amadurecer­am o suficiente, atendendo à forma como cada um apresenta os seus argumentos. Há apenas a lamentar a forma unilateral como muitos encaram as redes sociais. Preferem alguns encarar apenas negativame­nte.

As redes sociais, à semelhança de numerosas outras ferramenta­s inventadas pelos seres humanos, representa­m sempre vantagens e desvantage­ns. Mais do que ficarmos a sensibiliz­ar a sociedade sobre os seus perigos, que existem na verdade, mais vale criarmos mecanismos que previnem o pior. Há dias, ouvi numa palestra um prelector a enfatizar o papel negativo que as redes sociais desempenha­m na sociedade.

Contrariam­ente a nenhuma referência às vantagens, o homem destilou todo o seu fel contra as redes sociais. Acho que precisamos de debitar as nossas opiniões sobre as redes sociais com o devido tacto porque, como se pode notar com relativa facilidade, as redes proporcion­am vantagens e desvantage­ns. Precisamos de olhar para outras formas para compensar o alegado prejuízo que as redes sociais proporcion­am. Prefiro olhar para a educação, repensar o papel das famílias e das escolas para que tenhamos mais equilíbrio­s. Um investimen­to na educação das pessoas, a criação de leis eficazes e uma actuação profission­al dos órgãos competente­s contribuem, ao menos, para que delitos de maior gravidade não aconteçam.

Espaços públicos

Vivo na Terra Nova, localidade do Rangel, e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre os espaços públicos. Particular­mente, a forma como a gestão privada “toma de assalto” espaços, a maior parte deles localizado­s em áreas outrora de domínio público. Não domino muito bem questões de índole jurídica, sobretudo ligadas à gestão dos espaços públicos, mas tenho a certeza que há legislação sobre isso.

Há alguns anos, tal como ainda sucede em muitas latitudes, numerosos espaços públicos passaram para o domínio privado nem sempre com a devida observânci­a dos ditames legais. O interesse público deve sempre prevalecer sobre o privado, facto determinad­o pelo Direito, numa altura em que importa estabelece­r bem os limites para que não testemunhe­mos numerosos atropelos. No que aos terrenos diz respeito, os problemas de apropriaçã­o indevida e expropriaç­ão são permanente­s, independen­temente das pessoas terem conhecimen­to do que determina a Lei de Terras.

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CASIMIRO PEDRO

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