Prosseguem os protestos contra Trump
Os protestos contra a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos prolongaramse na noite de quinta-feira para ontem, com milhares de pessoas a manifestarem-se em cidades de estados democratas e republicanos.
Em São Francisco, estudantes do ensino secundário avançaram pelo centro da cidade, gritando “not my president” (não é o meu presidente) e com cartazes a exigir o afastamento de Trump. Agitaram também bandeiras arco-íris (símbolo da comunidade LGBT, lésbicas, homossexuais, bissexuais e transgénero) e bandeiras mexicanas.
“Como pessoa 'queer' branca, precisamos de unidade com as pessoas de cor, precisamos de nos levantar”, disse Claire Bye, de 15 anos. “Estou a lutar pelos meus direitos como pessoa LGBTQ. Estou a lutar pelos direitos dos 'castanhos', dos negros, dos muçulmanos”, referiu.
Na cidade de Nova Iorque, cerca de 100 pessoas juntaram-se em Union Square, em Manhattan, para protestar contra a presidência de Trump, acompanhados também de cartazes com 'slogans' como “Divided States of America” (Estados divididos da América), “Let the New Generation Speak” (Deixem a nova geração falar”) e “Not My President”. Numa estação de metro, os nova-iorquinos expressaram os seus pensamentos nas paredes usando 'post-its' com as frases “Time to Fight Back” (É tempo de ripostar), “Keep the Faith! Our work is just beginnin” (Mantém a fé! O nosso trabalho está apenas a começar).
Na quinta-feira à noite, centenas de pessoas marcharam também nos estados de Michigan, Kentucky, Pensilvânia e Maryland.
Um grupo, onde estavam também pais com crianças em carrinhos, juntou-se perto da câmara municipal de Filadélfia com cartazes onde se lia “Not Our President”, “'Trans Against Trump” (Transexuais contra Trump) e “Make America Safe For All” (Façam a América segura para todos).
Em Los Angeles, o presidente da câmara Eric Garcetti, democrata, condenou o que descreveu como “um grupo muito, muito pequeno de pessoas” que danificou propriedades ou bloqueou o trânsito durante os protestos na quarta-feira à noite.
Ainda assim, Garcetti disse sentir-se orgulhoso dos milhares de pessoas que protestaram de forma pacífica. “Na verdade, achei que foi uma forma bonita de expressão da democracia. Foi maravilhoso ver a nova geração do nosso país a envolver-se”, afirmou. Entretanto, Donald Trump voltou à rede social Twitter, que utilizou frequentemente durante a campanha, para se dirigir aos manifestantes: “Acabei de ter uma eleição presidencial muito aberta e bem-sucedida. Agora, os manifestantes profissionais, incitados pela 'media', estão a protestar. Muito injusto!” Minutos antes, o presidente eleito nas eleições de terça-feira havia deixado uma mensagem mais positiva, a propósito do encontro com o Presidente em funções, Barack Obama: “Um dia fantástico em DC [Washington]. Encontrei-me com o Presidente Obama pela primeira vez. Muito boa reunião, óptima química. A Melania gostou muito da Mrs (Michelle) Obama!”