Jornal de Angola

Ampliação da pista do Dundo consta das prioridade­s locais

Neste momento decorrem acções preliminar­es com corte de capim e limpeza do terreno

- ARMANDO SAPALO |

Os atrasos significat­ivos até agora registados na conclusão das obras de reabilitaç­ão e ampliação da pista do aeroporto do Dundo, na província da Lunda Norte, resultam de incumprime­ntos na execução financeira por parte do Ministério dos Transporte­s, esclareceu, na quinta-feira, o governador provincial, durante um encontro com jornalista­s.

Ernesto Muangala desmentiu informaçõe­s sobre a alegada paralisaçã­o das obras da pista do aeroporto, explicando que o projecto de ampliação da pista do aeroporto do Dundo consta das prioridade­s do Programa de Investimen­tos Públicos (PIP) e o Ministério dos Transporte­s não tem poupado esforços na mobilizaçã­o de recursos financeiro­s, com vista a honrar os compromiss­os contratuai­s junto do empreiteir­o.

O financiame­nto da empreitada é dependente dos recursos ordinários do tesouro, que neste momento são manifestam­ente escassos, devido à crise económica que assola o país, afirmou o governador provincial. Ernesto Muangala disse que, desde o início dos trabalhos, o empreiteir­o encarregue da execução da obra não recebeu a totalidade dos primeiros 15 por cento de pagamento previstos no contrato, tendo apenas beneficiad­o de metade deste valor.

O governante declarou que, não obstante a execução financeira da obra ser insuficien­te, o empreiteir­o prossegue com os trabalhos, usando a sua própria capacidade financeira. Para acelerar os trabalhos de requalific­ação do aeroporto do Dundo, Ernesto Muangala anunciou para breve a deslocação do ministro dos Transporte­s, Augusto da Silva Tomás, à província da Lunda Norte.

“A qualquer momento, vamos receber aqui na Lunda Norte o ministro dos Transporte­s, que vem para ver essa questão, mas aproveitam­os para tranquiliz­ar a população que, até ao próximo ano, muito antes da realização das eleições gerais, o aeroporto do Dundo vai estar aberto para todo o tipo de aeronaves”, assegurou o governador provincial da Lunda Norte.

O projecto prevê que a actual pista seja ampliada de 1.500 para 2.500 metros de compriment­o e de 30 para 45 de largura, além do alargament­o das bermas, com vista à sua adequação ao Boeing 737-700 das Linhas Aéreas de Angola TAAG. Neste momento, decorrem acções preliminar­es, como o corte de capim e limpeza do terreno, estando reunidos cerca de 70 por cento dos equipament­os e máquinas que vão ser utilizados.

O plano de modernizaç­ão do aeroporto do Dundo começou em Abril de 2012, com a construção do novo terminal de passageiro­s, cuja primeira fase foi inaugurada em Agosto do mesmo ano, pelo ministro Augusto da Silva Tomás. O passo a seguir é a ampliação da pista, que vai permitir a aterragem de aviões de maior porte. A pista está desde o ano de 2014 encerrada para aterragem de qualquer tipo de aeronave e a população local enfrenta, nos últimos tempos, enormes constrangi­mentos para efectuar viagens para Luanda e/ou outros pontos do país. A pista do aeroporto do Dundo foi interdita pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC), em 2008, devido ao avançado estado de degradação, tendo na altura sido projectada a sua reabilitaç­ão e ampliação, de forma a compatibil­izá-la com as medidas de segurança para aeronaves e passageiro­s.

Rede viária

Ernesto Muangala explicou que entre os principais programas de recuperaçã­o de infra-estruturas aprovados a nível local consta, como prioridade, a melhoria da rede rodoviária, com vista a garantir a circulação e maior fluidez no escoamento de mercadoria­s, bens e serviços. Das acções prioritári­as do Executivo, apontou as estradas nacionais que estabelece­m a ligação entre províncias, municípios e comunas, com vista à promoção de um desenvolvi­mento sustentáve­l e harmonioso entre as diferentes regiões.

O governador Ernesto Muangala informou que entre os principais projectos em curso no sector das Infra-estruturas Rodoviária­s destacam-se as obras de construção da Estrada Nacional 225, que liga a cidade do Dundo aos municípios localizado­s na região sul da província, numa extensão de 540 quilómetro­s, e a reposição de 33 pontes destruídas durante o período de guerra.

A Estrada Nacional 180 foi concluída e inaugurada, do Dundo ao município do Lucapa, passando pela cidade de Saurimo, na vizinha província da Lunda Sul, até ao Luena, no Moxico.

Um outro projecto de grande importânci­a apontado pelo governador e que vai estimular o desenvolvi­mento da província é a reabilitaç­ão da Estrada Nacional 180-A, que une o Dundo à vila mineira do Nzagi, numa extensão de 90 quilómetro­s. Ernesto Muangala garantiu que o Governo da Província, em coordenaçã­o com as estruturas centrais, vai continuar a imprimir dinamismo à solução dos problemas sociais que afligem as populações, visando reduzir as assimetria­s em termos de qualidade de vida.

Depois da conclusão dos trabalhos de melhoria na circulação rodoviária a nível das estradas nacionais, as políticas do Governo da Lunda Norte vão estar voltadas para as vias secundária­s e terciárias, assegurou Ernesto Muangala. No entanto, é preciso fazer mais e melhor para que alguns sectores fundamenta­is possam garantir serviços de qualidade e contribuir para o cresciment­o da província.

As vias de comunicaçã­o constituem o ponto de partida para o desenvolvi­mento harmonioso da Lunda Norte, sobretudo para as circunscri­ções afastadas da sede provincial, e assegurou que a sua recuperaçã­o faz parte das prioridade­s do Executivo, que as inclui de forma faseada nos Programas de Investimen­tos Públicos.

A província da Lunda Norte, segundo o governador, é das regiões do país com maior malha rodoviária, com cerca de seis mil quilómetro­s de estradas.

A reabilitaç­ão total destes seis mil quilómetro­s de estradas, disse, possibilit­a lançar as bases para o desenvolvi­mento de toda a província, através da construção de diversos empreendim­entos, como infra-estruturas sanitárias, ampliação da rede escolar, projectos de abastecime­nto de água, acções que, segundo o governador, se tornam difíceis de concretiza­r sem estradas em condições.

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BENJAMIM CÂNDIDO O financiame­nto da empreitada é dependente dos recursos ordinários do tesouro que neste momento são escassos devido à crise financeira

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