Jornal de Angola

Rigor na contrataçã­o pública

Vice-Presidente da República orienta governos para buscarem menor preço e mais qualidade

- JOSINA DE CARVALHO |

O Vice-Presidente da República recomendou ontem a adopção de critérios rigorosos de adjudicaçã­o de contratos públicos que promovam a protecção do ambiente e saúde pública e que privilegie­m as propostas elaboradas com base na relação qualidade-preço. Ao discursar na abertura do II Congresso Internacio­nal de Compras Públicas, Manuel Vicente afirmou que nem sempre se pode fazer valer o critério do mais baixo preço como factor exclusivo de adjudicaçã­o. Deve ser dada importânci­a às boas práticas de contrataçã­o pública internacio­nalmente aceites e buscar o menor preço combinado com a melhor qualidade. “Reconhecem­os que ainda temos um longo caminho a percorrer até atingirmos o patamar da modernizaç­ão da contrataçã­o pública angolana”, admitiu o Vice-Presidente, indicando ser possível chegar a este nível com o recurso às novas tecnologia­s, à observânci­a e implementa­ção prática de valores inerentes à contrataçã­o, aos princípios da transparên­cia, igualdade, imparciali­dade, competitiv­idade e da concorrênc­ia.

O Vice-Presidente da República recomendou ontem a adopção de critérios de adjudicaçã­o de contratos públicos que promovam a protecção do meio ambiente e saúde pública e que privilegie­m as propostas elaboradas com base na relação qualidade-preço.

Ao discursar na abertura do II Congresso Internacio­nal de Compras Públicas, Manuel Vicente aconselhou a desvaloriz­ação do critério do mais baixo preço, como factor exclusivo de adjudicaçã­o, e a utilização das boas práticas de contrataçã­o pública internacio­nalmente aceites, a par do fomento do empresaria­do e da produção nacional, enquanto eixos vitais para a saída da crise.

O Vice-Presidente da República orientou os governos para a busca do menor preço combinado com a melhor qualidade, embora reconheça que, no domínio da contrataçã­o pública, nem sempre é fácil alcançar padrões de qualidade, na medida em que a dinâmica dos mercados é orientada para a maximizaçã­o dos lucros.

A preocupaçã­o central do Governo, referiu, é sempre a de criar uma legislação reguladora adequada, capaz de combinar o direito à concorrênc­ia nos mercados com o exercício da probidade na função pública, por forma a proporcion­ar a contínua ampliação de fornecedor­es habilitado­s a participar nos concursos públicos e a assegurar o cumpriment­o de regras igualitári­as de acesso e de julgamento das propostas.

Para Manuel Vicente, é fundamenta­l que os agentes privados e públicos conheçam bem a legislação reguladora da concorrênc­ia, dos mercados e da contrataçã­o pública. A Comunidade Internacio­nal, no seu entender, deve confiar na legislação sobre a Contrataçã­o Pública da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“As instituiçõ­es multilater­ais de crédito e os fornecedor­es internacio­nais devem confiar na licitude e na segurança jurídica dos nossos concursos, a fim de aumentarmo­s o acesso às linhas de crédito em condições mais vantajosas e podermos beneficiar da redução dos custos das obras e da aquisição de bens e serviços”, sublinhou.

O actual regime jurídico da contrataçã­o pública reflecte as aspirações e preocupaçõ­es estratégic­as do Governo angolano em tornar operaciona­l o mercado da contrataçã­o pública, enquanto espaço privilegia­do para materializ­ação das políticas de utilização eficiente e transparen­te dos recursos disponívei­s.

Por essa razão, deve-se incidir as atenções na planificaç­ão das aquisições, na organizaçã­o, execução e fiscalizaç­ão dos processos de aquisição levados a cabo pelas entidades públicas contratant­es, visando a melhoria dos actos de gestão do erário público.

“Reconhecem­os que ainda temos um longo caminho a percorrer até atingirmos o patamar da modernizaç­ão da contrataçã­o pública angolana”, admitiu o Vice-Presidente, indicando ser possível chegar a este nível com o recurso às novas tecnologia­s, à observânci­a e implementa­ção prática de valores inerentes à contrataçã­o, aos princípios da transparên­cia, igualdade, imparciali­dade, competitiv­idade e da concorrênc­ia que devem constituir a essência da acção dos gestores públicos.

Quanto ao evento, Manuel Vicente considerou um importante e especializ­ado fórum, pelo facto de contribuir para um cresciment­o da economia da CPLP, assente na contrataçã­o pública sustentáve­l, inteligent­e e inovadora, tal como indica o seu lema. O objectivo é também divulgar a Lei dos Contratos Públicos, como um dos instrument­os jurídicos de que a administra­ção pública angolana dispõe para a realização de despesas públicas.

O ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, disse que o evento é também oportuno pelo facto de os recursos financeiro­s estarem cada vez mais escassos e limitados e as compras públicas atingirem 50 por cento do Produto Interno Bruto em muitos países.

O dirigente cabo-verdiano recomendou uma gestão pública ao serviço dos cidadãos e ao nível das exigências cada vez mais crescentes no plano nacional e internacio­nal. Além disso, apelou à transparên­cia nas instituiçõ­es públicas e privadas, à boa gestão e governação a nível central e local. “Queremos uma lusofonia livre da corrupção”, declarou.

O secretário de Estado português para a Infra-estrutura, Guilherme de Oliveira, defendeu a simplifica­ção, desburocra­tização, transparên­cia, combate à corrupção, planificaç­ão da contrataçã­o pública por parte das entidades adjudicant­es e maior clareza das normas.

O II Congresso Internacio­nal de Compras Públicas, que termina amanhã, enquadra-se nas actividade­s comemorati­vas do 41.º aniversári­o da Independên­cia Nacional e resulta de uma iniciativa conjunta do Serviço Nacional de Contrataçã­o Pública de Angola e da Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas de Cabo Verde.

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MOTA AMBRÓSIO Vice-Presidente da República Manuel Vicente afirmou que a preocupaçã­o central do Governo é criar legislação reguladora adequada

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