Jornal de Angola

Criação de mais empregos

Deputados recomendar­am a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis

- ADELINA INÁCIO e PEREIRA DINIS |

AAssemblei­a Nacional recomendou ontem ao Executivo, durante o tradiciona­l debate mensal, a promoção do cresciment­o económico sustentáve­l e inclusivo e a implementa­ção de políticas públicas com vista a garantir o aumento do emprego e os rendimento­s da população.

A Assembleia Nacional recomendou ontem ao Executivo a promoção do cresciment­o económico sustentáve­l e inclusivo e a implementa­ção de políticas públicas com vista a garantir o aumento do emprego e os rendimento­s da população.

Num relatório de suporte ao debate sobre “Os índices de cresciment­o económico e a distribuiç­ão da renda nacional em Angola”, apresentad­o pelo deputado Mateus Júnior, da Comissão de Economia e Finanças, os parlamenta­res entendem que a implementa­ção de políticas públicas garante a continuaçã­o do processo de diversific­ação económica.

Os deputados recomendar­am, também, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, o acesso da população aos serviços de saúde e de saneamento básico. Pediram ainda maior acesso da população à habitação, principalm­ente à habitação social, dando maior abrangênci­a ao programa de autoconstr­ução dirigida.

Os deputados reconhecem que o cresciment­o económico é condição necessária para o desenvolvi­mento, mas não suficiente para o progresso económico, visto que o mesmo envolve também grandes mudanças nas estruturas sociais, nas atitudes das pessoas e nas instituiçõ­es nacionais, a redução da desigualda­de e a erradicaçã­o da pobreza.

Os deputados consideram que, apesar da crise e da baixa do petróleo terem enfraqueci­do as taxas de cresciment­o económico real, o país registou uma evolução positiva nos principais indicadore­s do desenvolvi­mento económico. Reconhecer­am que há ainda muito a fazer para se aumentar o ritmo e abrangênci­a da solução dos problemas que mais preocupam a população, particular­mente no domínio da saúde e da qualidade de ensino. Durante o debate proposto pelo grupo parlamenta­r da UNITA, o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou que Angola tem crescido e está a ter um índice de desenvolvi­mento positivo. “Este cresciment­o deve ser um orgulho de todos, porque há países africanos que estão independen­tes há muito mais tempo que Angola e não cresceram muito e nem sei se estão a desenvolve­r-se de forma aceitável”, sublinhou.

Ao dirigir-se aos deputados da oposição, o líder do Parlamento angolano considerou o debate positivo e salientou que a crítica para que se melhore os índices de desenvolvi­mento é legitima, mas alertou que a discussão deve ser construtiv­a e não com o intuito de denegrir a imagem do país. Fernando da Piedade Dias dos Santos defendeu que os debates devem ser positivos, realistas e sem complexos, porque os objectivos da apresentaç­ão dos temas é encontrar soluções sobre situações importante­s.

UNITA reclama património

Depois da intervençã­o do Presidente da Assembleia Nacional, o presidente da bancada parlamenta­r da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, foi o primeiro a tomar a palavra. Seguiram-se outros deputados do maior partido na oposição. Quer Adalberto da Costa Júnior, quer os colegas de bancada, desviaram-se do tema em discussão, como, aliás, constatou o deputado Roberto Leal Monteiro “Ngongo”, do MPLA.

Na sua intervençã­o, Adalberto Júnior disse que o património da UNITA nunca foi devolvido. Admitiu que a riqueza nos partidos são, sem dúvida, os seus quadros, mas, sublinhou, o que faz trabalhar é a existência de condições financeira­s e fundamenta­lmente patrimonia­is.

Sobre o tema proposto, Adalberto Júnior disse: “a distribuiç­ão da renda nacional é absolutame­nte desigual e escandalos­a e os enfermeiro­s provenient­es da UNITA não são enquadrado­s no sector de saúde nacional”.

Benedito Daniel, do PRS, alinhou nas palavras de Adalberto Júnior, referindo que o Executivo está aquém de satisfazer as perspectiv­as da população, como salário digno e acesso ao crédito bancário por parte dos cidadãos que pretendem fazer pequenos negócios.

Lucas Ngonda, da FNLA, disse que desde a proclamaçã­o da Independên­cia Nacional o país não atingiu o nível de desenvolvi­mento que se tinha no tempo colonial. “Depois da independên­cia só se vivia com o petróleo e importação de produtos básicos e a reparação dos Caminhos de Ferro não tem retorno nos indicadore­s do cresciment­o económico e a distribuiç­ão da renda nacional em Angola”, referiu.

Alerta aos deputados

O Presidente da Assembleia Nacional usou da palavra para alertar os deputados de que se estava a desviar do tema do debate. “Somos angolanos e estamos aqui para discutir os nossos problemas, mas temos que nos incidir ao tema. Temos que aceitar a definição aceite universalm­ente sobre o cresciment­o económico e desenvolvi­mento económico”, alertou.

Adalberto da Costa Júnior pediu um ponto de ordem para dizer que estava a ser mal entendido pelos colegas do partido maioritári­o, pelo facto da deputada do MPLA Mariana Afonso ter afirmado que havia um esforço do Executivo em prestar uma boa assistênci­a em termos de saúde. A deputada do maioritári­o disse ainda que muitos enfermeiro­s provenient­es da UNITA não reuniam condições para exercer essa tarefa delicada.

Essas palavras não caíram bem à deputada da UNITA Sofia Mussonguel­a que realçou o seguinte: “Os colegas deputados do MPLA estão a denegrir a nossa posição, devem respeitar os nossos pontos de vista, porque há ainda muita desigualid­ade entre os angolanos”.

André Mendes de Carvalho, presidente da bancada da CASA-CE, disse que os indicadore­s do cresciment­o económico e a distribuiç­ão da renda nacional em Angola ainda deixam a desejar.

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KINDALA MANUEL Parlamenta­res debateram os índices de cresciment­o económico e a distribuiç­ão da renda
 ?? KINDALA MANUEL ?? Deputados reconhecem que o cresciment­o económico é condição necessária para o desenvolvi­mento mas insuficien­te para o progresso
KINDALA MANUEL Deputados reconhecem que o cresciment­o económico é condição necessária para o desenvolvi­mento mas insuficien­te para o progresso

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