BPI apresenta prejuízos
A redução de 50,1 por cento para 48,1 por cento da participação do Banco BPI no Banco de Fomento Angola (BFA) teria como efeito a passagem de um lucro de 183 milhões de euros para um prejuízo de 25 milhões, caso ocorresse no terceiro trimestre do ano, de acordo com um documento entregue à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal.
O documento enviado à CMVM indica que o rácio de capital do Banco Português de Investimento (BPI) teria uma melhoria de 0,2 pontos percentuais se a venda de dois por cento tivesse sido concretizada até 30 de Setembro, o que demonstra que os rácios “só irão beneficiar do contributo do BFA no momento da distribuição de dividendos do BFA para o BPI”. A venda de dois por cento do BFA à empresa de telecomunicações angolana Unitel, visa dar resposta às preocupações do Banco Central Europeu, no sentido de diminuir a exposição do BPI ao mercado angolano e, assim, melhorar os rácios de capital do banco português.
Na apresentação feita na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em que o banco evidencia as implicações daquela venda em demonstrações financeiras consolidadas e nos rácios de capital, percebe-se que o banco deixa agora de contabilizar a participação em Angola pelo método de consolidação global, para passar a usar o método de equivalência patrimonial.
Até à data, o BPI reconhecia nas suas contas a totalidade do resultado do BFA, por força da posição de controlo que detinha, e quando ficar abaixo dos 50 por cento, devem apenas reflectir nas suas demonstrações financeiras os resultados proporcionais à participação detida no BFA (48,1 por cento).
Além de um impacto negativo superior a 200 milhões de euros, em termos de resultado líquido, o BPI estima que se a venda de dois por cento do BFA já tivesse ocorrido, as contas dos primeiros nove meses do ano apresentariam um produto bancário de 171 milhões de euros, inferior ao reportado ao mercado.