Espaço e memórias revistos em exposição
O artista plástico Nelo Teixeira inaugurou, na noite de ontem, no espaço da artes da galeria Banco Económico, em Luanda, a quarta exposição individual, com o título “Not Bok: Aglomeração no Espaço e nas Memórias”.
A exposição junta um conjunto de mais de 20 obras de pintura e várias instalações artísticas que ficam patente até ao mês de Janeiro de 2017. A mostra pode ser visitada de segunda à sexta-feira das 12h00 às 19h00 e aos sábados das 10h00 às 13h00.
Na produção das recentes criações artísticas Nelo Teixeira combina madeira, arames, pigmentos, serapilheira, pentes, restos de tecidos, papéis, latas e garrafas de bebidas, de formas rústica e desapegadas de todo o academicismo. Muitas das vezes intervém com imagens humanas pouco nítida, quase abstractas imprimidas por longas pinceladas numa tentativa de resumir o essencial na vida. As cores, por sua vez, fortes e nítidas, reflectem a humanidade e o poder de acção e de decisão.
O artista plástico traz para o espaço público diversas peças de variadas dimensões e formatos através de instalações, pinturas e escultura. Os objectos encontrados nas ruas de Luanda são o seu suporte e a reciclagem a sua forma de contribuir para uma tomada de consciência sociopolítica, histórica e ambiental nas diversas problemáticas apresentadas no contexto actual.
Para Sónia Ribeiro, curadora da exposição “Not Bok: Aglomeração no Espaço e nas Memórias”, a obra de Nelo Teixeira é composta por uma longa tradição familiar de construção de máscaras pertencentes a imagem e cultura ancestral africana e angolana.
A sua pesquisa escultórica, disse, centra-se na apresentação de uma série de escultura que têm um denominador comum, a incorporação de objectos encontrados em vários lugares e as vezes se misturam com resíduo e tecnologia obsoleta.
De acordo com a curadora, em cidade como Luanda, incorporar objectos encontrados em locais tão incertos como sucatas, praias, espaços abertos, ruas, é vista como fonte de inspiração e como matéria-prima simultaneamente que alimenta e desenvolve um mero conceito de quadro dessacralizando o objecto de arte.