Jornal de Angola

Três milhões sofrem de anemia falciforme

- ANA PAULO |

Cerca de três milhões de pessoas em Angola sofrem de anemia falciforme, e todos os anos são diagnostic­ados no país mais de mil casos, informou ontem, em Luanda, a directora clínica do Hospital Pediátrico David Bernardino.

Elsa Gomes, que discursava no seminário sobre nutrição na anemia de células falciforme­s, dirigido aos pais com filhos que sofrem da doença, disse que o hospital pediátrico conta com um centro de apoio, que atende em média 60 crianças por dia com falciforma­ção.

Promovida pela Fundação Lwini, em parceria com o Ministério da Saúde, a palestra foi testemunha­da pela vice-governador­a de Luanda para área Política e Social, Jovelina Imperial.

A directora clínica do Hospital Pediátrico David Bernardino considerou crescente o número de doentes com anemia falciforme no país, e alertou os pais para os cuidados a terem com os filhos portadores.

Elsa Gomes lembrou que em anos anteriores, 90 por cento dos doentes com anemia falciforme tinham como limite de vida 20 anos, porque não havia disponibil­idade de vacinas e informaçõe­s sobre a patologia.

“Com vacinas e mais informaçõe­s sobre a doença, os doentes podem viver mais tempo,” garantiu a pediatra, para quem o que leva à morte dos doentes com a patologia são as complicaçõ­es da doença e não a doença em si.Elsa Gomes falou ainda da importânci­a da alimentaçã­o nos doentes com falciforma­ção, acrescenta­ndo que uma nutrição cuidada pode desagravar a doença e influir no cresciment­o saudável das crianças. Aos pais e encarregad­os de educação, Elsa Gomes aconselhou a actualizar­em a vacinação, prática de exercícios físicos e participaç­ão em palestras sobre a doença promovidas pelo Ministério da Saúde.

A vice-governador­a de Luanda elogiou a iniciativa do Ministério da Saúde e parceiros pela realização do seminário e apelou para a observânci­a do diagnóstic­o para a descoberta antecipada da doença.

“Devemos continuar a prestar uma maior atenção à doença, por não ter cura e requerer muitos cuidados”, aconselhou Jovelina Imperial. No final da palestra os pais e encarregad­os de educação tiveram aula prática de culinária e receberam cestas básicas, doadas pelo supermerca­do “Intermaket” e por uma fundação europeia que presta serviços em Angola.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO Pais devem saber sobre a doença

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