Jornal de Angola

Alto comissário defende Tribunal Penal de Haia

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O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos pediu aos países que continuem a apoiar o Tribunal Penal Internacio­nal (TPI), num discurso feito quarta-feira em Haia, na Holanda, sede do órgão.

Zeid al Hussein falava na Assembleia dos Estados signatário­s do Estatuto de Roma do TPI na sequência da decisão de três países africanos de retirarem-se da instituiçã­o. Trata-se da Gâmbia, da África do Sul e do Burundi que já confirmara­m a sua saída à ONU.

Para o comissário dos Direitos Humanos, as vítimas dos crimes terão dificuldad­e de entender por que são abandonada­s por esses Estados e por que são novamente prejudicad­as. O dirigente disse que as retiradas negam o direito à justiça e à correcção. O alto comissário afirmou que “embora os poderosos possam temer o tribunal, as vítimas, em toda parte, imploram pelo seu envolvimen­to.” O objectivo da retirada dos Estados do TPI é, para Zeid, aparenteme­nte para “proteger os seus líderes de acusações.”

O representa­nte disse estar triste com a actual situação e revelou que os países africanos “têm sido a espinha dorsal do tribunal” e que a sua liderança, especialme­nte no início, foi exemplar.

Zeid al Hussein disse que, por outro lado, estar satisfeito porque vários países africanos, nomedament­e o Botswana, Costa do Marfim, Nigéria, Malawi, Senegal, Tanzânia, Zâmbia e Serra Leoa declararam que não deixarão o TPI.

Zeid disse também que os desafios actuais não são o primeiro teste severo enfrentado pelo tribunal e que não serão os últimos.

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