Escritores do mundo com as crianças
Mais de 200 escritores de renome, entre os quais autores de novelas, dramaturgos e poetas, juntaram-se esta semana numa iniciativa literária global, escrevendo 'Pequenas Histórias' (‘Tiny Stories’) com cerca de sete linhas para chamar a atenção para o Dia Universal da Criança, que se assinala amanhã, e para as injustiças que tantas das crianças mais pobres e mais desfavorecidas do mundo continuam a ter pela frente.
De acordo com um comunicado distribuído à imprensa, a série de pequenas histórias é a primeira iniciativa para assinalar os 70 anos de trabalho da UNICEF para levar ajuda e esperança para cada criança.
As pequenas histórias estão a ser partilhadas por alguns dos escritores mais aclamados do mundo nas suas próprias redes sociais. A primeira-dama finlandesa, Jenni Haukio, apresentou o conceito que ganhou uma dinâmica junto de escritores da Ásia, África, América do Sul, Europa, Médio Oriente e Austrália.
“Como escritores temos a capacidade de advogar e sensibilizar através da simplicidade de contar histórias. Através desta campanha louvável e necessária, defendemos a protecção dos direitos das crianças deste nosso mundo”, afirmou a conceituada autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie
O grupo de escritores, cujos géneros variam desde contos de fadas à ficção, inclui uma das mais jovens autoras do mundo – a escritora sul-africana Michelle Nkamankeng, de sete anos. Escritas em mais de dez línguas e em estilos diferentes, todas as histórias mostram que os direitos de muitas crianças são ainda negligenciados.
A literatura angolana também participa nesta iniciativa global com a representação da escritora Cremilda de Lima. “O que me levou a fazer parte de ‘Pequenas Histórias’ é sentir que posso colocar um pequeno ou grande tijolo em tudo o que se faz pelo bem das crianças, pois o meu amor por elas é muito grande”, disse a recente vencedora do Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de literatura.
A campanha surge numa altura em que os direitos das crianças estão cada vez mais ameaçados. Mais de 50 milhões de crianças foram desenraizadas das suas casas devido a conflitos, pobreza e alterações climáticas, e muitos outros milhões enfrentam uma inimaginável violência nas suas comunidades. Cerca de 263 milhões de crianças no mundo não estão na escola e, no ano passado, perto de seis milhões de crianças menores de cinco anos morreram de doenças maioritariamente preveníveis.
“É chocante ver que a vida de tantas crianças continua a ser tão afectada por conflitos, desigualdades, pobreza e discriminação. Espero que estas pequenas histórias possam lembrar ao mundo que devemos honrar os nossos compromissos para com todas estas crianças cujas vidas e futuros estão em jogo,” afirmou a porta-voz da UNICEF, Paloma Escudero.
Chimamanda Ngozi Adichie usou a sua ‘Pequena História’ para lançar a série nos dias antes do 20 de Novembro – data em que se assinala o aniversário da adopção da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. A história de Cremilda de Lima foi publicada ontem no Facebook da Unicef Angola.