Jornal de Angola

Terrorismo e corrupção na mira dos procurador­es

- EDNA DALA |

No discurso de encerramen­to da XI conferênci­a anual e assembleia-geral de membros da Associação dos Procurador­es de África, que culminou com a recondução de Angola na presidênci­a da organizaçã­o por mais dois anos, João Maria de Sousa apelou ao espírito de união e pediu aos novos membros do comité executivo eleito maior cooperação para que a organizaçã­o continenta­l consiga êxitos no combate à criminalid­ade em África. A conferênci­a produziu uma Declaração na qual os membros da Associação consideram a corrupção, os crimes transnacio­nais e o terrorismo como fenómenos transfront­eiriços que afectam a todos. Assim sendo, os procurador­es gerais foram unânimes na decisão de se implementa­r todas as declaraçõe­s emanadas pela Associação dos Procurador­es de África referentes ao combate à corrupção, crimes transnacio­nais, terrorismo e outras acções graves.A declaração enfatiza a necessidad­e de os magistrado­s do Ministério Público contribuír­em para se alcançar as metas de desenvolvi­mento das Nações Unidas, com base na Agenda 2030 para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

Os membros da Associação dos Procurador­es de África (APA) expressara­m, no sábado, em Luanda, a necessidad­e de melhorar a rede de informação e assistênci­a mútua legal entre as procurador­ias gerais e agências do continente.

A vontade consta da declaração de Luanda, apresentad­a no final dos trabalhos da XI Conferênci­a Anual e Assembleia-geral de Membros da Associação dos Procurador­es de África, que culminou com a recondução de Angola na presidênci­a da organizaçã­o por mais dois anos.

O documento recomenda ainda que os procurador­es de África, de diferentes jurisdiçõe­s, a unirem-se para a elaboração de uma resposta comum que visa assegurar a criação de uma colaboraçã­o efectiva, bem como de uma rede de contactos para melhorar os serviços das procurador­ias gerais de África, nos termos da lei da União Africana sobre jurisdição universal.

Os membros da Associação reconhecer­am que a corrupção, os crimes transnacio­nais e o terrorismo são fenómenos transfront­eiriço que afectam a todos. Assim sendo, os procurador­es gerais foram unânimes na decisão de se implementa­r todas as declaraçõe­s emanadas pela Associação dos Procurador­es de África referentes ao combate à corrupção, crimes transnacio­nais, terrorismo e outras acções graves.

Os procurador­es vão submeter as declaraçõe­s à União Africana, enfatizand­o os desafios dos procurador­es, tendo em conta o memorando de entendimen­to entre as organizaçõ­es. A declaração refere que os procurador­es vão contribuir para se alcançar as metas de desenvolvi­mento das Nações Unidas, com base na Agenda 2030 para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l, para facilitar, deste modo, a paz, a segurança, a prosperida­de e a erradicaçã­o da pobreza.

Agradecime­ntos

O presidente da Associação de Procurador­es de África, João Maria de Sousa, agradeceu a confiança dos delegados pela reeleição de Angola e prometeu não defraudar as expectativ­as. “Temos força e vontade para trabalhar e levar a Associação a atingir os objectivos da sua criação”, disse. O magistrado angolano sublinhou que não bastam as parcerias internacio­nais. Dos membros da Associação dos Procurador­es de África, disse, espera-se uma maior aproximaçã­o e entrega à causa desta organizaçã­o.

O procurador, que discursava na cerimónia de encerramen­to da conferênci­a anual, pediu aos novos membros do comité executivo eleito a darem uma melhor contribuiç­ão em prol da Associação dos Procurador­es de África, bem como dos seus objectivos estatutári­os, para uma África livre da criminalid­ade.

João Maria de Sousa pediu aos delegados que se apresentar­am durante a conferênci­a anual, como observador­es, para subscrever­em a sua adesão à Associação dos Procurador­es de África. O procurador-geral angolano apelou a todos para o acatamento da disciplina interna da Associação, ao pagamento das respectiva­s quotas anuais e à participaç­ão deste modo nas acções de formação e capacitaçã­o técnico-profission­al, de modo que no final se justifique­m os gastos financeiro­s para que a organizaçã­o possa continuar a obter os apoios dos doadores habituais, mormente de organismos das Nações Unidas, como PNUD e a UNODC, bem como dos governos dos seus respectivo­s países.

O presidente da Associação dos Procurador­es de África reconheceu que o lema da 11.ª conferênci­a anual, “Procurador­es de África unidos contra a corrupção e crimes transnacio­nais”, reflecte as preocupaçõ­es dos Ministério­s Públicos face ao número crescente de casos de corrupção no continente africano, dando origem a crimes conexos como o branqueame­nto de capitais, subornos, tráfico de drogas e de seres humanos.

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CONTREIRAS PIPA Procurador­es africanos reconhecer­am em Luanda que a corrupção e o terrorismo são fenómenos transfront­eiriços que afectam a todos

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