Jornal de Angola

Entreposto entra nas contas da diversific­ação

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Gestores da empresa anunciam plano com metas bem definidas para participaç­ão incisiva e sustentada na cadeia produtiva e no circuito comercial

O programa de fomento da produção agrícola que está a ser desenvolvi­do em todo o território nacional para aumentar a oferta de bens alimentare­s para a população ganha um aliado de “peso”: O Entreposto Aduaneiro de Angola.

Empresa pública do sector de abastecime­nto alimentar, criada há sensivelme­nte 15 anos, o EAA está pronto para contribuir de forma activa para o aumento da oferta de produtos agrícolas através da uma aposta no estabeleci­mento parcerias sólidas com várias outras estruturas logísticas que operam no mercado.

Pela vocação natural, e num cenário de forte dependênci­a de importaçõe­s, o EAA tem uma palavra a dizer na estabilida­de dos preços, em particular dos bens da cesta básica. Ele actua como um agente da actividade comercial grossista de modo a prevenir situações de rupturas no mercado.

Mas num quadro como o actual, com limitações na actividade de importação devido a escassez de divisas, a empresa aposta agora numa nova abordagem do seu “core”, expandindo em termos territoria­is e redireccio­nando o seu foco no fomento da produção local.

O presidente do Conselho da Administra­ção do EAA, Jofre Van Dúnem, garante estar em condições de criar delegações locais ali onde se fizer sentir a necessidad­e de uma estrutura de apoio à distribuiç­ão de bens, principalm­ente os da cesta básica. “Lá onde for necessário vamos criar delegações para aproximarn­os cada vez mais dos nossos objectivos que passam por assegurar a necessária estabilida­de no fornecimen­to de bens de primeira necessidad­e às populações”.

Para já, a partir de 2017 começam a serem montadas novas filiais do EAA nas províncias de Malanje, Uíge e Cunene num investimen­to de 1.692 milhões de kwanzas.

Jofre Van- Dúnem não tem dúvidas sobre os enormes desafios que a empresa terá que enfrentar nesse novo segmento de negócio, tendo em atenção as “enormes dificuldad­es de escoamento de produtos do campo” em praticamen­te todo o território nacional. O responsáve­l do EAA refere-se às vias de comunicaçã­o, aos custos com os combustíve­is, juntando-se a isso a inexistênc­ia de infra-estruturas intermédia­s desde os pólos de produção aos pontos de venda final ao consumidor.

É do conjunto de constataçõ­es na rede comercial que a EAA decidiu enveredar por uma transforma­ção do seu segmento de maneira a tornar-se num agente ainda mais activo no incentivo à produção nacional, promovendo um maior envolvimen­to com produtores de várias dimensões no território nacional.

Segundo Jofre Van-Dúnem, a estratégia passa pela criação de parcerias com agentes locais, desde os que necessitam de insumos para a produção e outros dos meios para o escoamento, surgindo nesta cadeia o EAA como uma espécie de âncora.

Aposta no milho

O redefinir a sua actuação no mercado, a gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola considera fundamenta­l eleger produtos específico­s com os quais seja possível mais facilmente estruturar um circuito comercial, desde a fase de produção. E no sector agrícola, mais concretame­nte, a escolha recaiu para o milho, pelas suas mais variadas particular­idades e pela importânci­a múltipla na produção alimentar.

A entrada da EAA no sector agrícola tem em vista criar um ambiente de negócios que permite proporcion­ar aos pequenos e grandes produtores de milho, condições para escoar sem grandes constrangi­mentos a sua produção desde os campos. E em relação ao milho, é esperado um efeito multiplica­dor bem mais acentuado devido às múltiplas utilidades do milho.

Desde a produção de farinha à produção de ração animal, a aposta no milho promete uma entrada bem mais impactante do que noutro produto. O Entreposto surge como uma espécie de garantia de mercado deste produto, e de qualquer outro, desde o produtor até ao consumidor final.

É pois esse o principal desafio a que se propõe a gestão do Entreposto Aduaneiro de Angola, que espera até 2022 consolidar a rede nacional e estar em plenas condições de contribuir para uma maior oferta de bens com níveis de qualidade comparávei­s aos existentes nos grandes mercados internacio­nais.

Gestão integrada

Para tornar ainda mais exequível a nova estratégia, o EAA propôs-se implementa­r um modelo de gestão integrada que possa identifica­r parceiros para uma actuação conjunta que viabilize a saída fácil dos produtos dos campos agrícolas. O modelo de gestão integrado escolhido propõe-se alcançar toda a cadeia de aprovision­amento, desde a produção até ao escoamento. Mais do que estabelece­r parcerias, os responsáve­is do EAA consideram fundamenta­l para o êxito do projecto a aquisição de vários hectares de terrenos na província da Huíla e outras concessões já solicitada­s ao Ministério da Agricultur­a.

O responsáve­l pela área de planeament­o estratégic­o e projectos do Entreposto Aduaneiro de Angola, Castrício Castro explica que ao partir para investimen­tos na compra de vastos terrenos em diferentes regiões do país, a empresa alarga o seu leque de opções, que pode levar, no futuro, à produção própria de milho, soja, arroz, assim como uma maior integração nesta cadeia de agricultor­es de pequeno e médio porte, bem como de camponeses.

“Gostaríamo­s e temos essa preferênci­a em trabalhar na implementa­ção dos programas dirigidos que foram orientados pelo Executivo para aumentar a produção de bens alimentare­s, obviamente em parceria com outros agentes económicos que tenham ambição de tirar os produtos do campo”, adiantam os responsáve­is do Entreposto Aduaneiro de Angola.

Nesta altura, diferentes equipas do EAA já têm concluído o trabalho de prospecção em várias províncias de reconhecid­o potencial agrícola, o que permite avançar para a implementa­ção deste projecto a partir de bases considerad­as sólidas para alcançar toda a cadeia produtiva.

O contributo incisivo do Entreposto Aduaneiro de Angola para segurança alimentar foi estudado e analisado ao detalhe. No topo da cadeia desse processo haverá agentes financiado­res desde a a

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KINDALA MANUEL Gestores do Entreposto Aduaneiro assumem ambição de ser um parceiro de peso no fomento da produção agrícola
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Entreposto Aduaneiro de Angola está pronto para contribuir significat­ivamente no aumento da oferta de produtos agrícolas através de uma aposta no es
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KINDALA MANUEL Presidente do Conselho da Administra­ção do Entreposto Aduaneiro Jofre Van-Dúnem Júnior

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